Pelo menos 159 pessoas morreram no terremoto de magnitude 6 graus na escala Richter que destruiu algumas localidades da região central da Itália nesta quarta-feira, mas o número de vítimas continua subindo devido às dezenas de pessoas que seguem sob o escombro à espera de resgate.

O último balanço oficial foi dado pelo chefe da Defesa Civil da Itália, Fabrizio Curcio, em entrevista à emissora "RAI", elevando em quatro o número de mortos na tragédia divulgado anteriormente.

Somente na província de Rieti, onde fica a cidade de Amatrice, a mais devastada pelo violento tremor, houve 106 mortes, de acordo com o boletim.

"A Itália hoje é uma família abalada, mas que não se abateu", disse Renzi durante entrevista em Rieti, local onde foi para acompanhar o resgate às vítimas.

Renzi convocou para amanhã uma reunião com ministros para tomar as primeiras medidas para ajudar as localidades afetadas e afirmou que esta emergência deverá ser administrada por "um longo período". Ele também desejou que todos "estejam à altura do desafio".

Segundo o primeiro-ministro, 86 pessoas morreram em cidades na região de Lácio, onde fica Amatrice, a mais afetada pelo terremoto. Outras 34 vítimas foram registradas na região de Marcas.

Os novos quatro corpos recuperados pelas equipes de resgate foram localizados em Amatrice e em Pescara del Tronto.

Os poucos segundos do terremoto foram suficientes para praticamente fazer desaparecer várias cidades das províncias de Riete e de Ascoli Piceno, situadas sob a Cordilheira dos Apeninos, e a poucos quilômetros de L'Aquila, afetada por um sismo de grande intensidade em 2009 que deixou mais de 200 mortos.

Renzi explicou que o número de vítimas irá subir já que há dezenas de desaparecidos. Além disso, o primeiro-ministro explicou que não é possível saber quantas pessoas estão sob os escombros porque as regiões afetadas ficam lotadas de turistas no verão.

Em sua entrevista, Renzi explicou que as localidades mais afetadas são as de Amatrice, Accumoli e Pescara del Tronto, que concentram quase todas as vítimas até então. O terremoto ocorreu por volta das 3h36 locais de hoje (23h36 de terça-feira em Brasília) com epicentro em Accumoli, durando 30 segundos, de acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália.

Outra das cidades que praticamente desapareceu é Accumoli. O prefeito do município, Stefano Petrucci, afirmou que a região foi devastada e que as casas que ainda seguem de pé estão danificadas.

"Precisamos de tudo. Perdemos tudo, não temos nada", lamentou.

Passadas mais de 17 horas do terremoto, as equipes de resgate seguem buscando sobreviventes. Agentes do Corpo de Bombeiros garantiram que os trabalhos prosseguem enquanto houver condições.

Uma menina de dez anos foi resgatada com vida e em boas condições após passar mais de 16 horas sob escombros de uma casa completamente destroçada em Pescara del Tronto.

Um dos problemas enfrentados pelas equipes de resgate são as várias réplicas registradas após o terremoto, algumas próximas de cinco graus na escala Richter.

Existe o temor que os novos sismos provoquem desabamentos durante os trabalhos de busca por vítimas.

A atenção agora da Defesa Civil, que coordena os trabalhos de resgate, é também a de abrigar as milhares de pessoas que perderam suas casas para o terremoto.

O problema é que as regiões afetadas estão lotadas de turistas por causa do verão europeu.

Segundo a Defesa Civil, já foram instaladas quatro acampamentos com tendas, cozinhas e banheiros em vários pontos da região com uma capacidade de 250 pessoas cada.

Espera-se que mais de 800 pessoas, sobretudo especialistas, sejam enviadas ao local afetada para ajudar a lidar com a emergência.

Por enquanto, o governo da Itália destinou 234 milhões de euros para emergência imediata, informou hoje o Ministério de Economia e Finanças em comunicado.

Mas, além disso, vários números foram ativados para recolher doações para ajudar a Defesa Civil.

Por sua parte, a Associação Bancária Italiana expressou solidariedade com as vítimas e anunciou que está sensibilizando os bancos para suspender as taxas hipotecárias dos imóveis que tenham sido danificados nas áreas atingidas de forma parcial.