Foram divulgados alguns trechos da carta deixada pelo administrador Nabor Coutinho de Oliveira, de 43 anos, que matou a mulher e os dois filhos, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Ele marou Laís Khouri, de 48 anos, a facadas, enquanto dormia. Já os filhos do casal, Henrique, de 10 anos, e Arthur, de 7 anos, foram assassinados a marretadas e depois tiveram seus corpos jogados do 18º andar do prédio onde a família morava. E seguida, o pai também se jogou e morreu no local.

Na carta deixada por Nabor é possível entender que o motivo do crime se deu devido a problemas financeiros.

O trecho divulgado começa no item 6. Confira:

6) Me preocupo muito deixar minha família na mão. Sempre coloquei eles à frente de tudo e até nessa decisão arriscada para ganhar mais. Mas está claro para mim que está insustentável e não vou conseguir levar adiante. Não vamos ter mais nada e não vou ter como sustentar a família. E da forma como tudo ocorreu sei que meu nome vai ficar queimado nesse mercado de VAS. Não vou ter aonde trabalhar.

 

7) “Sinto um desgosto profundo por ter falhado com tanta força, por deixar todos na mão. Mas melhor acabar com tudo logo e evitar o sofrimento de todos.

 

8) “E nos últimos dias passei a ser menos envolvido ou copiado ou copiado nos e-mails dos projetos que estão rolando. Pode ser cisma minha, mas parece já um sinal de que não me querem mais lá.

 

9)”Ainda não conseguimos contratar o novo plano de saúde porque estava aguardando a criação do CNPJ. Agora que saiu está com o (empresa) para avaliar preço. Com o histórico médico da Laís e do Arthur será que aprovam? Será que não vai ficar super caro?

 

10) “Esse contrato que assinei com eles é completamente desproporcional. (...)”, diz um trecho da carta encontrada pela polícia.

Investigação

A carta encontrada no apartamento foi recolhida pela Delegacia de Homicídios (DH) da capital. Ela será analisada para saber se foi realmente escrita por Nabor.

A polícia está captando imagens de câmeras e colhendo depoimentos de amigos e vizinhos para apurar a dinâmica do caso, de acordo com o delegado Fábio Cardoso, titular da DH da capital.

“Essa é apenas uma linha de investigação. A DH não descarta outras linhas”, disse o investigador.

O administrador era de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Parentes mais próximos estão indo para o Rio. A Polícia Civil pretende conversar com o irmão de Nabor para tentar descobrir o que realmente aconteceu.