Após quatro de espera e graças a doações, a atendente Luciene Anselmo de Faria, de 30 anos, conseguiu realizar a tão sonhada cirurgia que reconstruiu seu maxilar, em Santos, no litoral de São Paulo.

Ela nasceu com uma malformação e deficiência no crescimento da mandíbula - uma síndrome chamada de microssomia hemifacial -, e diz que sempre foi vítima de preconceito e bullying por causa do problema. 

"Era difícil, pois eu não era aceita pelas pessoas. Uma vez, eu coloquei batom nos lábios e me disseram que era para tirar, pois não era Halloween (Dia das Bruxas)", afirmou ao G1 Santos.

Segundo a reportagem, ao todo, 12 profissionais atuaram diretamente para a cirurgia acontecer. Segundo os médicos, se tivesse que pagar pela cirurgia, ela teria que desembolsar entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Por meio de doações ao Instituto Religar, após campanhas, ela teve as despesas custeadas.  

O procedimento ocorreu há um mês em um hospital de Santos (SP), e durou aproximadamente 11 horas. Duas próteses de titânio foram colocadas no lugar onde não havia ossos, para corrigir a articulação da boca.

"As pessoas me chamavam de monstro, e meus amigos diziam que eu não conseguiria fazer o tratamento. Hoje, eu sou uma nova mulher, mais feliz", desabafou.

Após o tratamento, Luciene conseguiu, pela primeira vez, um emprego como atendente em uma empresa de telefonia, e se mudou para o Rio de Janeiro.