Revivendo a cultura de antepassados, pais e avós que carregavam mantimentos em lombos de muares, em uma época em que estes animais eram o único meio de transporte, os tropeiros da IX Tropeada da Integração Nossa Senhora Aparecida seguem sua jornada que teve início em Augustinópolis, no Extremo Norte do Estado, em direção ao município de Araguaína. “Eu tenho uma mula preta, tem sete palmo de altura, a mula é descanelada, tem uma linda figura”. Como diz a música, para os tropeiros, os animais é quem fazem bonito durante a jornada. “O primeiro cuidado é com o animal, que precisa estar com ferradura e a sela bem apertada. Na tralha que levamos o que não pode faltar é o cantil com água, laço e roupas apropriadas”, explicou tropeiro Edmar Santos, que pela terceira vez participa do evento. Quem chamou a atenção este ano foi a pequena Maria Júlia, que com apenas três anos seguiu até o primeiro pouso, cavalgando em uma mula atrelada à mula do pai, o vaqueiro Domingos Júnior. “Ela está feliz e não reclamou, acredito que daqui pra frente vai participar todos os anos”, disse o pai orgulhoso. Os tropeiros seguem sem presa tocando mulas e burros por caminhos entre as fazendas até o dia 6 de junho. O destino final é o palácio do boi, em Araguaína, onde eles encerram o trajeto com a tradicional marcha pela cidade, descendo na contramão da Avenida Cônego João Lima. “Nasci na roça e está no sangue a paixão por animais e pela natureza. É um tempo de reflexão, vamos apreciando a paisagem sentindo o vento no rosto, não tem preço participar”, destacou a biomédica Rosely Lopes. “Participar da tropeada é dar continuidade na história. Este é um momento emocionante, todos juntos pedindo a benção de nossa senhora Aparecida para esta jornada”, complementou o fundador da tropeada no Tocantins, José Ernani Lustosa. TrajetoCom início em Augustinópolis, a tropeada passa por Araguatins, São Bento do Tocantins, Cachoeirinha, Luzinópolis, Santa Terezinha do Tocantins, Darcinópolis, Wanderlândia, Piraquê e Araguaína.