Maratonar séries ou trilogias de filmes clássicos do cinema tem sido uma das formas que as pessoas encontraram para ajudar a passar o tempo nesse período de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Nos últimos dias, muitos tocantinenses têm relatado por meio de redes sociais as histórias de amor de Danilinho que nunca dão certo, as fofocas feitas por Rafael e o quanto ele se aproveita do amigo Clebim ou as 'pilantragens' de Vitim e Tacianne. 

Esses são personagens fictícios da animação ‘Avenida Colinas’, uma série tocantinense criada por Ricardo Cruz, 33 anos, e que pode ser acompanhada pelo IGTV do Instagram. A história tem as personagens femininas Tacianne e Kellyane na dianteira do enredo, mas conta o dia a dia de um grupo de amigos da cidade de Colinas do Tocantins.

Com a primeira temporada de 14 episódios lançada no fim de outubro do ano passado, a série animada ganhou uma segunda sequência em março deste ano e desde do seu lançamento já ultrapassa as 170 mil visualizações no Instagram. Questionado sobre a repercussão positiva de ‘Avenida Colinas’, Ricardo Cruz comenta que a ideia era fazer apenas uma minissérie. “Claro que temos a questão da pandemia e a pessoas isoladas que fizeram a série ter um ganho de visibilidade. Mas não imagina que Avenida Colinas iria ganhar toda essa repercussão, inclusive o plano inicial era de produzir uns quatro ou cinco episódios focado na cultura local mesmo. Só no pessoal aqui da cidade”, pontuo o produtor, que também é o roteirista, dubla todos os personagens da animação e escolhe a trila sonora dos episódios.

A séria usa uma animação simples, contudo tem em seus diálogos o maior destaque, além de utilizar de uma linguagem que é comum no dia a dia dos tocantinenses: “tô é brocada”, “tu num é gente”, “aí mente” ou “nam mermã me mata benqui”. Muitos dos telespectadores se identificaram com a série por lembrar do cotidiano das cidades em que nasceram ou foram criados, muitas delas longe dos grandes centros urbanos. Outro ponto importante destacado pelo público, é em relação as características dos personagens que lembram pessoas da vida real, sejam elas próximas ou apenas conhecidas. 

Ricardo Cruz, que faz parte do quadro da Polícia Militar do Tocantins e mora em Colinas desde 2014, afirma que os personagens são inspirados em pessoas reais, mas que eles não representam uma cópia fiel da pessoa. “Todos os personagens são inspirados em pessoas da vida real. Não são cópias idênticas, mudo algumas coisas para não deixar muito na cara sobre quem são (risos) e guardo esse segredo desde o início da série. Ninguém sabe quem são as pessoas de fato”, pontua o PM. 

Instagram

O produtor conta que a escolha do Instagram para receber o conteúdo se deu por conta da rede social ser a mais usada por ele, porém não esperava tamanha repercussão. “Uso muito o Instagram, tenho outras redes, mas não uso com frequência. Por isso escolhi botar a série lá. Além disso, se eu soubesse da repercussão teria começado pelo YouTube, mas não sei se teria o mesmo sucesso que faz no Instagram. Ainda tentei usar a plataforma de vídeos, porém eles barraram por conta dos direitos autorais das músicas”, conta, antes de dizer que a produção da série começou por ele ser apaixonado por desafios e gostar muito de criar conteúdo.

Em sua primeira temporada, a série tinha episódios entre 4 e 6 minutos. Porém com o crescimento, Ricardo Cruz se viu obrigado a aumentar o tempo de duração de cada capítulo. “A mudança no tempo de duração de cada episódio eu fiz para atender um pedido do público. Se você olhar os primeiros, o tempo ficava ali entre 4, 5 ou 6 minutos. Ao analisar as críticas do público percebi que a questão do tempo era uma das principais, pois os capítulos estavam curtos. Então na segunda temporada, o pessoal exigiu que os episódios fossem maiores. Agora eles ficam entre 11 e 15 minutos, que é o tempo máximo que o IGTV me permite publicar”, comenta. 

Terceira temporada

Perto do fim da segunda temporada, que deve ser encerrada na próxima quarta-feira, 29, quando será exibido o 14º capítulo, os fãs de ‘Avenida Colinas’ esperam por uma terceira edição das histórias de Tacianne, Danilinho, Kellyane, Vitim, Mônica, Rafael, Nael, Clebim, Jackelyne. Contudo, Ricardo Cruz diz que é preciso o nível do conteúdo ser tão bom quando as primeiras temporadas, por isso ele ainda não confirma uma nova edição

“A terceira temporada é uma dúvida. Por mais que eu goste de fazer isso é muito trabalhoso. A produção é toda minha e não espero retorno financeiro por isso. Mas por outro lado, estou muito feliz com a repercussão e podemos pensar em uma terceira temporada. Contudo, essa edição só vai ao ar se o nível não cair e qualidade do conteúdo for boa.” finaliza.

Os episódios de ‘Avenida Colinas’ vão ao ar a cada quatro dias e é possível ter acesso ao conteúdo através do perfil de Ricardo Cruz no Instagram. Por lá também estão os outros capítulos da série.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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