O vídeo em que o secretário especial da Cultura Roberto Alvim anuncia o Prêmio Nacional das Artes e cita trechos do ideólogo nazista Joseh Goebbels repercutiu entre as classes artística e política. O presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia foi ao Twitter comentar o caso e sugeriu que o governo "deveria afastá-lo urgentemente do cargo".O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo. https://t.co/k9sb6QX6iG— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) January 17, 2020A música escolhida como trilha de fundo também chamou atenção: é parte de uma ópera de Richard Wagner, artista que foi importante para Hitler, segundo ele mesmo conta em sua autobiografia.#PrêmioNacionaldasArtes | Marco histórico nas artes e na cultura brasileira! Com investimento de mais de R$ 20 milhões, o Prêmio Nacional das Artes vai apoiar projetos de sete categorias em todas as regiões do Brasil. Dê o play e confira! pic.twitter.com/dbbW4xuKpM— Secretaria Especial da Cultura (@CulturaGovBr) January 16, 2020Até mesmo apoiadores do governo se manifestaram contra o discurso de Alvim. O escritor Olavo de Carvalho, apontado como guru do governo Jair Bolsonaro, escreveu no Facebook que "é cedo para julgar, mas o Roberto Alvim talvez não esteja muito bem da cabeça. Veremos".Winston Ling, empresário brasileiro que tem afinidade com o presidente da República, adotou um tom crítico também e usou no Twitter a hashtag #DemiteJáBolsonaro.Presidente @jairbolsonaro: Roberto Alvim rodou no seu primeiro teste. Tem inúmeras formas de comunicar, e ele o fez da pior forma possível. Sugiro demiti-lo imediatamente! https://t.co/rDnpLkN71O— Winston Ling (@WinstonLing) January 17, 2020Chegou a hora “H” de Bolsonaro mostrar que ser de Direita não significa a mesma coisa que ser Fascista.— Winston Ling (@WinstonLing) January 17, 2020No Facebook, Ling afirmou que a demissão de Alvim é "imperativa para desassociar o governo da iniciativa desse cidadão notoriamente despreparado para o cargo".A antropóloga Lilia Moritz Schwarcz foi ao Instagram para comentar o caso. "É simplesmente assustador", resumiu ela após incluir o discurso do secretário e de Goebbels para comparação. Ver essa foto no Instagram Para quem acha que há exagero no meu último post, peço que vejam e ouçam como o Secretário Roberto Alvim, em pronunciamento no qual aparece com cabelo colado ao rosto, música de fundo de Wagner (compositor predileto dos Nazistas), citou literalmente um discurso de Goebbels e do Nazismo. Vejam só as semelhanças: “A arte brasileira da próxima década será heróica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vicnualda às aspirações urgentes do nosso povo - ou então não será nada." Rodrigo Alvim, Secretário Especial de Cultura do Governo Bolsonaro. “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada." Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler. É simplesmente assustador. (O Globo - https://glo.bo/2sxALxj Folha - http://bit.ly/372BHZF Agência Estado - http://bit.ly/2sCZYGQ)Uma publicação compartilhada por Lilia Moritz Schwarcz (@liliaschwarcz) em 17 de Jan, 2020 às 2:18 PSTA deputada federal Erika Kokay (PDT-DF) também criticou, pelo Twitter, a fala de Alvim. Segundo ela, o uso do discurso e da música de Wagner "escancara de vez a face neonazista e criminosa deste DESgoverno".Ao empregar parte de texto de Goebbels e ópera de Wagner, fundo musical preferido de Hitler,para noticiar seus planos para a cultura brasileira,Roberto Alvim, Secretário de Cultura ,escancara de vez a face Neonazista e criminosa deste DESgoverno de @jairbolsonaro ! Inaceitável! pic.twitter.com/9RF5HbwAOj— Erika Kokay (@erikakokay) January 17, 2020A cantara Zélia Duncan criticou o secretário da Cultura, afirmando que ele "encontrou nesse governo desafinado e brega seu frágil êxtase nazista-fetichista".Definitivamente o fracasso subiu à cabeça do patético encarregado da falta de Cultura,Roberto Alvim...ator canastrão,diretor fracassado, encontrou nesse governo desafinado e brega, seu frágil êxtase nazista-fetichista.Faltou o bigode,pro fã do crime aparentar melhor com o ídolo.— Zélia Duncan (@zdoficial) January 17, 2020O cantor Marcelo D2 compartilhou no Twitter o vídeo do discurso de Alvim e disse: "eles nem se escondem mais". Depois disso, o rapper retuitou diversas mensagens relacionadas ao caso, sempre em tom de crítica negativa.Eles nem se escondem mais,citando Joseph Goebbels ( ministro da propaganda na Alemanha nazista) https://t.co/Zur23ElD8K— Marcelo D2 (@Marcelodedois) January 17, 2020Boa noite !!! pic.twitter.com/o4AnsHtRpK— Marcelo D2 (@Marcelodedois) January 17, 2020O jornalista Gilberto Dimenstein comentou que nazismo virou "referência cultural para o governo". "Minha pergunta: como conseguiram achar tantos idiotas culturais para colocar nesse governo?", questionou.Nazismo virou referência cultural para o governo Bolsonaro. Minha pergunta: como conseguiram achar tantos idiotas culturais para colocar nesse governo. https://t.co/6kFPFDDzI6— Gilberto Dimenstein (@GDimenstein) January 17, 2020Também jornalista, Felipe Anreoli, apresentador do Globo Esporte, comentou que a fala de Alvim é "assustadora", "pavorosa". "Se isso pra você é normal, não sei o que dizer."Ja temos um ministro da educação analfabeto.E um secretario "especial" da cultura que cita o O MINISTRO DA PROPAGANDA NAZISTA, JOSEPH GOEBBELS. Se isso pra você é normal,não sei o que dizer.É assustador. É pavoroso. E o tom? E a trilha sonora? E o botox? Fundo do poço é pouco https://t.co/tHoAx0ZXgU— @andreolifelipe (@andreolifelipe) January 17, 2020O escritor Mário Magalhães cita em seu livro Sobre Lutas e Lágrimas a relação entre o governo de Jair Bolsonaro e a ideologia nazista. No Twitter, ele retomou o assunto.Em "Sobre lutas e lágrimas", escrevi: "O parentesco do ideário bolsonarista com o arsenal ideológico nazi é percebido até por pascácios da direita mais ouriçada". Capítulos do livro: "'Projetinho de Hitler tropical'" e "A porrada do neonazista". CQD:https://t.co/krddSQtEaB— Mário Magalhães (@mariomagalhaes_) January 17, 2020