Nada de a pipa do vovô que não sobe, cabeleira do Zezé, ou se cachaça é água. A marchinha que já aparece como destaque para o Carnaval 2017 aborda a polêmica da Prefeitura de São Paul em apagar os grafites em várias vias da cidade com tinta cinza. 

A canção, de criação de Vitor Velloso, Gustavo Maguá e Marcelo Guerra, aborda a decisão de apagar os murais da Avenida 23 de Maio que abrigavam desenhos de grafiteiros e pichadores colocou o prefeito João Doria (PSDB) no meio de uma polêmica. Autorizadas pela gestão de Fernando Haddad (PT) em 2015, as pinturas eram chamadas pela gestão anterior de “maior mural de grafite a céu aberto da América Latina”.

"Não dá para pegar o maior mural de grafite da América Latina, simplesmente pintá-lo de cinza, e achar que ninguém iria reclamar. Com isso, decidimos fazer uma homenagem ao prefeito João Dorian Grey (uma brincadeira com o nome do prefeito João Doria com o personagem Christian Gray, da séria de livros 50 Tons de Cinza). Vimos agora que um secretário dele disse que achou que a Avenida 23 de Maio ficou muito cinza e que agora querem voltar com os grafites. É sempre assim: pinto por cima, pinto por baixo, pinto cinza, pinto colorido! Como é Carnaval vamos tentar rir um pouco disso", afirma Vitor Velloso um dos criadores da marchinha.

O coletivo é famoso por fazer marchinhas de sucesso em Carnavais de várias cidades do Brasil. No currículo estão as canções envolvendo a polêmica do prefeito de BH que proibiu o uso de cooler pelos foliões na folia de 2016; a marcha do Pó Royal, que fala da apreensão de aeronave da família Perrella em Minas Gerais com quase meia tonelada de cocaína; a música sobre não encher o saco do Chico, sobre o episódio de quando o cantor Chico Buarque foi abordado por um grupo durante a madrugada no Rio de Janeiro; a tragédia de Mariana, o maior desastre ambiental da história do Brasil, quando aconteceu o rompimento da Barragem de Fundão; além das marchinhas sobre selfie e a nota do FIES.

Sobre a polêmica de São Paulo, os murais foram pintados por cerca de 200 artistas há dois anos. A gestão Doria decidiu deixar apenas oito dessas obras na avenida, alegando que as demais estavam danificadas ou sofreram pichações. No domingo, funcionários da prefeitura jogaram tinta cinza nos muros da Avenida 23 de Maio, que faz a ligação do centro da cidade com a Zona Sul. Nesta segunda-feira, os muros amanheceram com manchas coloridas feitas em protesto. Por toda a cidade, foram pichadas frases contra a decisão do prefeito.

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Fizemos uma intervenção no vídeo para mostrar como Goiânia ficaria se a mesma decisão fosse tomada por aqui. Clique e confira: