Com a intenção de desmistificar a atuação da polícia, como uma instituição formada por corruptos, o diretor da trama, Tomás Portella, criou uma cidade fictícia no interior do Rio de Janeiro (em que quem conhece bem Palmas vai reconhecer algumas locações) para mostrar que nem só de maçãs podres é composta a cesta da segurança pública no País e que existem sim, pessoas competentes e comprometidas no trabalho policial.

O filme alcança a proposta, há tiroteios, suspense, invasões e perseguições de carro. E, claro, sexo. Uma curta cena, já que estamos falando de um filme nacional com Cleo Pires. Não há como resistir não incluir na história uma cena que não aproveite o grande sex appeal da atriz.

Cleo Pires, no papel de uma novata, recém-aprovada no concurso público que, de recepcionista de hotel, passa a trabalhar apenas na parte burocrática da polícia. E, exatamente por não estar contaminada, é escolhida para participar de uma operação para encontrar assassinos de duas crianças.

Ponto alto da história é marcada pela ansiedade e apreensão de Francis, personagem de Cleo Pires, ao ter que lidar com situações de perigo. O uso das câmeras em primeira pessoa e os closes com as famosas Go Pro fazem o espectador sentir falta de ar junto com a policial.

Mas vamos à polêmica protagonista de Palmas. O filme Operações Especiais, que no início era para se chamar Boletim de Ocorrência, teve o patrocínio de R$ 1 milhão da Prefeitura. Ou seja, Palmas bancou, com dinheiro público, pouco menos de 1/5 de toda a produção, que custou no total R$ 5,5 milhões.

No mês passado, na coletiva de imprensa que apresentou o filme, na Capital, o prefeito, Carlos Amastha, disse que foi um investimento de marketing, já que os menos de um minuto em que Palmas aparece na trama vão ser exibidos em 300 salas de cinema no País e também, no futuro, na TV aberta, na programação da TV Globo. Algo que não foi confirmado pela produção executiva do filme, que disse ainda estar em negociações.

O gestor destacou também a troca de experiência de produtores locais que tiveram contato com a equipe do filme e uma contrapartida em forma de oficinas de roteiro, direção, produção e fotografia que serão dadas pela equipe do Operações Especiais em novembro. A presidente da Fundação Cultural, Eliane Campos, ainda emendou o valor de uma inserção publicitária de 30 segundos no horário da Tela Quente, que seria de cerca R$ 725 mil.

O prefeito de Palmas afirmou na coletiva de lançamento que dos R$ 1 milhão investido, a produção do filme apresentou uma prestação de contas em que R$ 750 mil foram gastos na Capital, com locações, contratação de equipe de apoio, figurantes e atores. Segundo um dos produtores executivos de Operações Especiais, Pablo Torrecillas, contratadas cerca de 15 pessoas entre atores, produtores e figurantes. Seis dos atores, como Júnior Foppa e Kaká Nogueira aparecem com falas no filme.

O que faz pensar sobre este gasto da equipe carioca aqui é que, Palmas Eu Gosto de Tu, o primeiro longa comercial produzido no Tocantins, que teve mão de obra totalmente local com cerca de 60 pessoas trabalhando diretamente no filme, teve um gasto total de R$ 270 mil, através de edital da Prefeitura de Palmas. Fica a pergunta para o palmense que for assistir: valeu o investimento?