Em comemoração aos 288 anos de criação, Natividade, uma das cidades históricas do Tocantins, retornará neste ano, com as tradicionais festas de comemoração do aniversário da cidade. Entre elas, a 118° festa do Divino Espiríto Santo e o Festival Gastronômico. Também como parte da programação cultural, a cidade realizará a Alvorada às 5 horas e o Momento Cívico com apresentações das escolas a partir desta quarta-feira, 1°, às 7 horas, na Praça Leopoldo de Bulhões.A programação continua às 14h30, com a reabertura da Galeria de Gestores Públicos na Casa de Cultura Amália Hermano Teixeira, e abertura da Feira Gastronômica às 19 horas, com apresentações de grupos culturais. Na quinta e na sexta, além da continuidade da feira haverá shows musicais com o cantor gospel Thalles Roberto e a dupla sertaneja Cleber e Cauan, sempre a partir das 22h30.TradiçãoAinda nesta quarta-feira, às 19h30, haverá missa na Igreja Espírito Santo, no Setor Jardim Serrano, atividade que se repetirá quinta e sexta-feira. O sábado será marcado pela Vigília de Pentecostes e a Festa do Capitão do Mastro, às 20 horas, e no domingo, 5, haverá missa solene em honra ao Divino Espírito Santo às 9 horas e a Festa do Imperador. As atividades serão transmitidas ao vivo pelo Facebook @/paroquianossasenhoradanatividade.De acordo com a Prefeitura de Natividade, a Festa do Divino Espírito Santo é o ápice de uma programação que iniciou no Domingo de Páscoa, com a saída das folias para o “giro”. Na última quinta, 26, ocorreu o aguardado encontro dos três grupos de foliões no “Redondo”, na Praça da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Natividade, que também é padroeira do Estado do Tocantins.HistóriaO surgimento de Natividade remonta às origens do Tocantins e ao ciclo do ouro, quando os bandeirantes enfrentaram a resistência dos índios Xavantes e ocuparam a região Norte de Goiás, por volta de 1734, dando origem ao primeiro povoamento da região, São Luiz, nome logo depois alterado em honra a Nossa Senhora de Natividade, padroeira do Estado e do município. Entre 1809 e 1815 foi sede do “governo do Norte”, quando a capitania foi dividida. Em 1831 foi elevada à categoria de vila.A relação entre colonizadores, escravos, mineiros, sertanistas, missionários e fazendeiros resultou no sítio histórico reconhecido como Patrimônio Nacional dede 1987. O casario com cerca de 250 prédios coloniais e igrejas preservadas entre ruas irregulares e muros de pedra construídos por escravos guardam a memória do Tocantins colonial. Entre as igrejas destacam-se a de São Benedito e a Matriz de Nossa Senhora da Natividade, de 1759. Os negros também ergueram a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construída em pedra canga. A obra, inacabada, foi iniciada no século 18 e paralisada por volta de 1817, sendo hoje um dos destaques do centro histórico.CulturaNatividade também se destaca pela preservação de seus bens culturais, como os Festejos do Divino Espírito Santo, a suça, dança típica da região Sudeste do Estado, a culinária tradicional, marcada por biscoitos como o Amor Perfeito, os licores a paçoca de carne seca e outras iguarias, além da manutenção do trabalho de ourivesaria em filigrana, técnica herdada dos portugueses.TurismoLocalizada na região turística das Serras Gerais, Natividade também atrai turistas em busca de natureza. O ecoturismo é propiciado por trilhas, rios e cachoeiras. O Complexo Cachoeira do Paraíso é um dos mais belos atrativos. Os visitantes têm ainda como opções de banho o poço do Purgatório, a cachoeira do Amor e as piscinas naturais dos Poções e Moinho, onde ocorria a lavagem do ouro.Já a caminhada pela trilha de 6 km até o alto da Serra de Natividade e Olhos D’Água leva o visitante às ruínas da povoação original, conhecido como Arraial de São Luiz, além da contemplação da natureza rica em diversidade da fauna e flora. O turismo religioso é um dos potenciais do município, conhecido principalmente pela Romaria do Senhor do Bonfim, pelos Festejos do Divino e pela atuação de Dona Romana, líder espiritual da região.