Uma das maiores expectativas sobre a primeira temporada da série Narcos era saber como trataria o desfecho óbvio da história: a morte de “el patrón” Pablo Escobar, muito bem defendido pelo brasileiro Wagner Moura. O fato ficou de gancho para a segunda temporada, cujos 10 episódios estão desde ontem todos disponíveis na Netflix.

Findada a primeira, havia ficado claro que desde o início o plano era ter pelo menos duas temporadas, reservando o grande clímax para a segunda. Restava saber, no entanto, se a produção conseguiria manter a mesma pegada. Quem gostou do primeiro ano da série, pode anotar: ela voltou com tudo (leia detalhes na análise ao lado).

Após o ponto alto beligerante do último episódio, Escobar está fora da prisão-mansão que ele mesmo tinha projetado em um acordo com o governo colombiano. A grande operação militar do governo para capturá-lo o cerca por todos os lados e ele ainda precisa lidar com traições de ex-aliados e novos inimigos.

As cobranças sobre o presidente César Gaviria (Raúl Méndez Jr.) se intensificaram após a fuga de Escobar e em um pronunciamento para todo o país, deixa claro: não está mais disposto a negociar com o sanguinário traficante. Enquanto isso, depois de quase conseguirem capturar o peixe-grande, os agentes Steven Murphy (Boyd Holbrook) e Javier Peña (Pedro Pascal) estão de novo a caça de nova pistas.

Polêmicas

Ao ser lançada no ano passado, Narcos chegou a ser tornar objeto de uma polêmica vazia de sentido e desnecessário por conta do sotaque brasileiro de Wagner Moura que, obviamente, fala apenas em espanhol. O sotaque continua, assim com também não permanece desimportante o detalhe frente ao trabalho afiado do brasileiro. Não foi por acaso que a produção se transformou em sucesso de público e teve reconhecimento da crítica, indicado a prêmios no Globo de Ouro e no Emmy.

Nos dez novos episódios, em que a polícia persegue Escobar, o intervalo de tempo percorrido pela série torna-se bem menor, já a história é retomada já bem próxima da morte do traficante, em 1993. “Na primeira temporada, cobrimos 15 anos de história. Na segunda, ele tem mais 18 meses de vida. Não podíamos mudar isso”, revela o produtor Eric Newman.

Ainda assim, uma terceira temporada segue nos planos da Netflix. Ao que tudo indica, já sem Escobar como ponto focal, Narcos deve retratar outro chefão do tráfico. “Se quiser saber sobre o que será a próxima temporada, tudo o que precisa fazer é pesquisar a história da cocaína. Siga o dinheiro, siga as drogas”, diz o cineasta brasileiro José Padilha.