O padre Fábio de Melo não é "um homem imune a futilidades". Em participação no "Encontro" (Globo) desta quarta (23), ele falou que se sente desconfortável com o destaque que a mídia dá para o seu romance do passado.

"Tenho consciência que desperto muita simpatia, mas tem uma classe que me olha de maneira muito preconceituosa. Em uma biografia imensa sobre a minha vida, os principais noticiários colocam que eu pulava o muro para namorar. Tantas coisas interessantes da minha vida", disse.

"Humano Demais", escrito pelo jornalista Rodrigo Alvarez, narra a trajetória de vida do padre, desde a infância até os tempos de faculdade, quando ele se apaixonou por uma mulher mais velha.

"Tive uma vida dupla e namorei seis meses. Ela morava sozinha e a gente tinha muita intimidade. Eu estava realmente apaixonado. Ao mesmo tempo, já nasci querendo ser padre."

Após um período de afastamento, ela o deixou para trabalhar em outra cidade. "Muito serenamente, me disse que estava indo embora. Com os olhos cheios de lágrimas, me disse para eu ir ser padre. Nunca mais a vi. Foi muito doído, pois eu a amava."

Fábio de Melo ainda afirmou sentir discriminado por ser cantor. "Muitas vezes, a mídia me enclausurava como padre cantor, padre pop, e ofuscava o teólogo que sou e o pensador que quis ser. Estudei 16 anos para ser padre. Fui em alguns programas de TV em que eu não tinha oportunidade de dizer uma frase completa, a conversa girava em torno de banalidades como se eu fazia academia e o que eu comia."