Não existe uma só pessoa no mundo que não tema algo, mas em alguns casos esse medo excede o racional e vira uma fobia. Não existe uma idade específica para desenvolver o transtorno, mas para entender como ela interfere na vida em sociedade é preciso saber a diferença entre fobia e medo.

A psicóloga e especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial Larissa Machado Queiroz explica que o medo é comum para todos e é um aliado importante para nos proteger de perigos. “A sensação de medo está associada à amígdala, localizada no cérebro. Sem esta estrutura cerebral, responsável pelas emoções, o alarme que nos impede de evitar o perigo não existiria e o indivíduo se exporia a situações às quais deveria evitar”, explica. Já a fobia é o medo exagerado e persistente em relação a uma ameaça, objeto ou situação e pode comprometer as relações sociais.

Aos 6 anos, Ian de Moraes Ramos, atualmente com 13 anos, deu os primeiros sinais do surgimento da tripofobia, medo de pequenos buracos, círculos, rachaduras ou outras formas assimétricas. A jornalista Rafaela Lobato, mãe de Ian, explica que observou o problema quando os dois estavam andando na rua e viram espumas em uma poça de água. “No primeiro momento achei que fosse nojo da água, mas depois descobri que era das bolinhas da espuma”, conta.

Ela diz que percebeu que algo realmente estava errado quando, por causa de um objeto, ficou com furinhos na mão e depois ao pegar na mão do filho ele se afastou com aversão. “Notei algo estranho e como a maioria das pessoas fui consultar o Google e descobri o problema.”

Rafaela ressalta que até o momento não viu necessidade de procurar ajuda profissional porque conseguiu trabalhar a fobia do filho para que não evoluísse e provocasse danos em seu desenvolvimento.

“Fui mostrando imagens na internet para ele ver que são coisas que fazem parte do nosso dia a dia, como a espuma do achocolatado com leite e outras coisas que possuem buraquinhos”, explica completando que no caso do adolescente a tripofobia não é limitante “o que poderia virar pavor se tornou apenas uma agonia”.

Diagnóstico

A psicóloga Larissa explica que é difícil descobrir a origem do medo pavoroso. Ao longo da vida, segundo a profissional, as pessoas são submetidas a eventos e situações que causam muita intensidade, por isso é feita uma investigação para tentar descobrir as causas e a melhor forma de amenizar os sintomas.

Quanto ao tratamento, a psicóloga destaca que alguns tipos de fobias necessitam de medicamentos e que pode ser feito com antidepressivos. “Isso irá contribuir para a diminuição dos níveis de ansiedade para que o indivíduo consiga enfrentar as situações corriqueiras”, detalha.