Construída por volta de 1740 em Chapada de Natividade, município originário do ciclo do ouro (séculos XVIII e XIX), a Igreja de Nossa Senhora Santana está em estado de abandono total e prestes a virar apenas ruína. Protegido por uma tela que parecer querer isolar o acesso ao local, o único elemento a lembrar a importância histórica do prédio é uma placa do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), ao lado da construção, com dados históricos e arquitetônicos sobre a construção da igreja. A placa, inclusive, lembra que entre o fim do século XIX e a década de 1980 o desabamento da cobertura e o colapso da capela mor provocaram intervenções que alteraram a arquitetura da obra. De acordo com as informações do órgão, após as intervenções de três décadas atrás, a construção passou a ter a parte superior vedada, com o preenchimento usando adobe (tijolo orgânico que não vai ao forno) do arco do cruzeiro e o vão entre a parede e a cobertura. Os moradores também ergueram uma parede e um novo altar com o mesmo tijolo natural.Agora, o local está prestes a sofrer mais um golpe, dado o descaso das autoridades para com o patrimônio. As imagens desta sexta-feira, 19, são do repórter fotográfico Emerson Silva, de passagem pela cidade.“A Igreja de Nossa Senhora Santana, em Chapada da Natividade, pede socorro. Datada do século XVIII, é neste estado de conservação que este patrimônio arquitetônico do Tocantins se encontra”, relatou o profissional. Silva tem passagem por órgãos de imprensa, a exemplo do Jornal do Tocantins, por órgãos e estatais, e possui um olhar treinado para elementos culturais do estado, que incluem exposições com imagens do Tocantins. “As imagens falam por si. A Igreja pode desabar a qualquer momento”.As imagens feitas pelo profissional na parte de trás do prédio, mostram que o desabamento já começou. Parte da parede dos fundos e as duas paredes de um dos lados caíram e há um vão com acesso aberto ao interior do prédio.Respostas dos órgãos não demonstram ação imediataEm nota, a da Superintendência de Cultura da Adetuc (Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa) se limitou a informar que estão em “andamento” um inventário artístico e cultural do Estado e um projeto para a recuperação de museus e prédios históricos. Somente após a conclusão do inventário, ainda sem data prevista pela agência, o órgão afirma que “será possível empreender obras de restauração neste e em outros prédios históricos do Estado”.O Iphan ressaltou que precisaria apurar informações junto a área técnica do órgão para se manifestar. -Imagem (1.2357635)