O Ibope anunciou nesta semana que passará a liberar ao público na internet dados de audiência das TVs aberta e paga, faltando alguns dias para a entrega dos primeiros números da empresa alemã GfK, sua concorrente no Brasil. Trata-se da maior alteração já feita na política de divulgação desse tipo de medição do instituto, que atribui a iniciativa a uma mudança de perspectiva sobre o mercado.

 

“A forma de consumir os conteúdos televisivos mudou e, com isso, percebemos o aumento da curiosidade de muitas pessoas”, diz a diretora regional do Ibope Media no Brasil, Dora Câmara. Ela nega que o início da operação da GfK no País tenha influenciado a decisão. O Ibope sempre foi rígido em relação ao sigilo dos dados de audiência. As emissoras repassavam o conteúdo ao público e à imprensa, mas não sem antes filtrar as informações.

 

Serão liberados semanalmente no site ibopemedia.com os relatórios do PNT (Painel Nacional de Televisão) das 15 principais regiões metropolitanas do País. Eles têm informações como a média da audiência semanal das cinco maiores emissoras de TV aberta (Globo, SBT, Record, Band e RedeTV!), a audiência por dia da semana do horário nobre desses canais e rankings dos programas mais vistos. Já está no ar a medição do período de 14 a 20 de setembro.

 

Antes, o Ibope divulgava só a lista das cinco atrações mais assistidas das emissoras de TV aberta em São Paulo e no Rio, além de análises pontuais. A novidade acompanha uma prática comum fora do país. Nos Estados Unidos, por exemplo, o instituto Nielsen divulga regularmente índices de audiência e listas dos programas mais populares.

 

À Folha, um executivo da Record afirmou que a divulgação de relatórios semanais, como os disponibilizados gratuitamente pelo Ibope, não é suficiente para abrir mão do serviço pago. Para ele, emissoras precisam saber com mais rapidez como cada programa se saiu, para fazer mudanças rápidas.