-Imagem (Image_1.998583)Ela já gravou com grandes nomes da música brasileira, como Kiko Zambianchi, George Israel (Kid Abelha), Fernando Deluqui, (RPM) e Bruno Gouveia (Biquini Cavadão). Também interpretou canções de músicos como Nando Reis, Paulo Miklos, Zeca Baleiro e Lulu Santos.Comemorando 20 anos de estrada, Nila Branco agora curte fase de divulgação do último trabalho, lançado em 2015, o DVD Sete Mil Vezes - Ao vivo, gravado em Goiânia. Em entrevista ao Jornal do Tocantins, a cantora mineira radicada na capital goiana fala sobre a carreira e a sua relação com a música. Seu primeiro CD foi gravado em 1998. Como a música surgiu na sua vida?A minha casa sempre foi musical. Meu pai e meu irmão tocavam violão de vez em quando, meus tios tocavam acordeom, cavaquinho... Tenho boas lembranças dos vinis dos meus irmãos mais velhos na vitrola, tocando Roberto Carlos, Raul Seixas, Mutantes e muitos outros. Também tinha a cantoria da Folia de Reis, que me chamava atenção. Eu gostava de cantar e ouvia música o dia inteiro se pudesse, mas a timidez me impediu de encarar o palco muito cedo na minha vida. Quando me mudei para Goiânia comecei a cantar em rodas de violão no colégio e posteriormente nos barzinhos. Sete Mil Vezes. Este é o seu oitavo CD, sendo o terceiro DVD da carreira. Como foi a produção do trabalho? O que representa na sua carreira?É um registro importante, que, para mim, representa a maturidade e a alegria de poder exercer meu ofício. Ele vem com uma carga de emoção e de gratidão por tudo o que a música me ofereceu e me oferece. Foi uma produção tranquila, com a experiência de excelentes profissionais de Goiânia e o talento dos artistas que criaram o cenário, o figurino, a maquiagem e tudo mais que foi pensado para que visualmente ficasse atrativo. Sobre as músicas. O que traz de mais bacana neste trabalho?O repertório é um caso à parte neste DVD! Eu gravei músicas que há muito tempo queria cantar, como Alegria (Arnaldo Antunes), cuja música já havia experimentado em uma versão para o meu primeiro CD, mas acabei desistindo. Tem também Me gustas tú (Manu Chao), que sempre escutava no meu Ipod; E as baladas inéditas (sou baladeira mesmo, risos) O que você me faz, Dois sois, Sem problemas, todas de Marcelo Dinelza. Algumas coisas do CD Sete mil vezes também, por isto o nome: Sete mil vezes ao vivo. Você passeia pelo rock, o pop, a MPB. É uma característica sua esta mistura de ritmos... Como se define como artista?É uma característica sim. Ser inquieta e querer buscar elementos novos para tornar o que eu faço mais prazeroso também! Considero os rótulos às vezes desnecessários hoje em dia em que as coisas caminham na velocidade da luz, através da internet!... Eu até tento me rotular... Penso que, na década de 90, eu seria chamada de “cantora eclética”, (risos)! Hoje eu não saberia... Dentro das vertentes da MPB, me considero uma artista livre das “amarras”. Como você avalia a cena do pop rock brasileiro na atualidade?A música brasileira como um todo está polarizada, como acontece na política, no futebol e até na fórmula 1: funk x sertanejo universitário ocupam grandes casas de shows, enquanto os outros estilos estão relegados a pequenos espaços e um público restrito. Acho isto muito pouco para a tamanha riqueza de gêneros e de musicalidade que nós temos no Brasil. Nada contra esses estilos e suas conquistas solidificadas. Só acho que a coisa poderia ser mais democrática, mais diversificada e muito mais interessante também. Você tem uma origem mineira/goiana. E o vizinho, Tocantins, tem alguma relação com o Estado? Algum show previsto?Eu cheguei em Goiânia em 1984 e fui muito bem recebida, fiz muitos amigos ao longo deste tempo, plantei árvores, fiz uma filha...só falta escrever um livro, risos! Adoro pequi, pamonha... Já me considero goiana! Nasci em Minas Gerais e esta origem eu não vou perder nunca! O Tocantins é um lugar com lindas paisagens, onde tenho muitos amigos e onde fiz bastante shows. Ainda fazia parte do território de Goiás quando aqui cheguei, então, é claro que tenho uma ligação também. Um lugar que sempre me acolheu calorosamente! Ainda não tenho nenhum show previsto, mas acho que está na hora de voltar! Já dividiu o palco com grandes nomes da música brasileira e já gravou música de muitos outros. Como funciona esta parceria? Como foi abrindo os caminhos durante a sua carreira?Já cantei com o George Israel (Kid Abelha), o Bruno Gouveia (Biquini Cavadão), Léo Jaime, dentre outros. O Zeca Baleiro fez a música Farsa para mim e me convidou várias vezes para cantar com ele. Essas aproximações vão acontecendo naturalmente, por afinidade, por respeito mútuo. Sem forçar nenhuma barra, fui atrás do que eu acreditava ser o sucesso e, dentro do cenário em que eu estava inserida, posso dizer que consegui muito. Hoje, sucesso para mim é poder cantar dignamente e dormir com a consciência tranquila de ter feito as escolhas certas. Você está comemorando 20 anos de carreira. Qual o balanço que faz desta trajetória?É uma trajetória vitoriosa, honesta! Tenho muito orgulho de todas as minhas conquistas e dos caminhos que percorri. A música me levou a várias paisagens onde eu certamente não iria chegar. Conheci muita gente interessante também... Os dissabores e os percalços da carreira só me fizeram crescer e aprender a situar o meu lugar neste latifúndio. E a experiência adquirida com tantos anos de estrada é impagável! Me deixa tranquila, sem ansiedade e, acima de tudo, grata por ser quem eu sou. E os planos a partir de agora?Desenhar, escrever um livro, contar histórias, dividir, ser mais solidária... E o de sempre: gravar, fazer shows; gravar, fazer shows... A artistaMineira de Unaí, radicada desde a adolescência em Goiânia (GO), Nila Branco foi uma das primeiras artistas a empunhar a bandeira do pop rock na cidade, há 20 anos, no início da década de 1990. Ela iniciou a carreira tocando em bares e clubes e era conhecida na noite como Nirley, cantora de MPB. Ela idealizou o movimento GORock!, com o objetivo de valorizar a produção musical goiana, fortalecer a conexão entre artistas e colaborar para a difusão nacional do trabalho de bandas e artistas solo atuantes em Goiás. A sua estreia nas prateleiras foi com o disco homônimo, produzido de forma independente, em 1998. Já o primeiro DVD, foi gravado em 2006. Neste álbum, ela revisitou grandes sucessos de sua carreira como Diversão, Chama e Seus Olhos, além de contar com a participação do amigo George Israel, integrante da banda Kid Abelha, que participou na faixa Eu Estou Aqui. O segundo registro ao vivo teve lançamento em 2010 e foi o primeiro produzido pelo seu selo, a Savana Discos, criado pela cantora com sua empresária Lorena Falanque. O terceiro foi o projeto Confidência, com músicas de Zeca Baleiro, Farsa, Eu Vou Ficar, versão de Nelson Motta, Madonna, de novos compositores goianos e da própria artista. O último trabalho lançado foi o disco Sete Mil Vezes, de 2012, que contou com a participação do cantor Odair José na faixa O Bom da Minha Festa.