Eduardo Smith de Vasconcelos Suplicy, ou simplesmente Supla, 51 anos, estará em Palmas hoje com show da sua turnê de 30 anos de carreira. Cantor, ator, escritor, compositor e entre outras atuações, Supla já foi censurado no começo da carreira, fez carreira internacional com seu som punk rock e tocou em grandes festivais no País e pelo mundo. O último álbum do cantor vem com uma sonoridade moderna, onde ele assina todas as canções e incorpora batidas eletrônicas. Confira entrevista do cantor ao Jornal do Tocantins.

Nesses 30 anos de carreira, tem algum fato ou história que mais marcaram?

Foram os grandes festivais, tipo Rock In Rio, Lollapaloza, e as turnês que eu fiz pelo mundo inteiro, desde tocar no Warped Tour, que é uma turnê itinerante nos Estados Unidos. Foram coisas que me marcaram muito.

Você já passou por momentos difíceis com o público, ou com o mercado, que fez (re) pensar sua carreira ou em desistir ?

Sim, lógico eu já passei por momentos difíceis. Por exemplo, quando você não é a bola da vez, mas eu quero deixar claro que eu faço isso aqui por que eu amo. Não é porque eu quero ser famoso, ou sei lá o quê, eu comecei isso aqui pela música. Depois foi o que aconteceu, não teve jeito e foi muito bom, porque fiquei famoso e sai tocando pelo Brasil, como estou indo tocar no Tocantins. Você tem que fazer isso porque você ama, se não, você está na profissão errada. Eu já tive altos e baixos e me mantenho muito bem por já ter criado um nome depois de 30 anos tocando pelo mundo e pelo Brasil.

Dos sons das antigas o que te influenciou no começo da carreira, e hoje o que te influência?

Os sons que me influenciaram no começo da carreira, eles foram músicas folk, por incrível que pareça. Desde Don Mclean, de American Pie, esse tipo de música, o próprio Bob Dylan, eram músicas que tocavam quando eu morava nos Estados Unidos, eram essas músicas folks. Depois veio Beatles, Rolling Stones e depois veio David Bowie, que eu não sabia se era homem ou mulher, e isso realmente me marcou. Depois veio toda essa coisa do Punk com The Clash, Sex Pistols e por aí vai.

Estamos em um momento público e social bem delicado, esses momentos também te influenciam para suas canções?

Sim, estamos em um momento bem complicado e o meu álbum inteiro é totalmente político. Sou a favor da legalização, da erva, (no disco) eu canto Parça da Erva, que para mim é bem político. Canto Anarquia Lifestyle que toquei inclusive no programa do Sergio Groisman. Ficaram me olhando lá com aquela cara de coxinha, mas é isso aí. Eu falo exatamente o que está no meu coração.

Existe alguma mensagem que você quer passar com o seu último disco Diga O Que Você Pensa?

A mensagem é realmente diga o que você pensa. É não ter medo de falar. Fala na humildade e não se coloque de uma forma soberana, você também deve escutar a opinião dos outros para você refletir e ter certeza de falar realmente ‘é isso que eu penso’.

Quais as novidades para 2017?

Continuar fazendo show do álbum Diga O Que Você Pensa. Estou trabalhando em um novo álbum que vem bem político também. Vou lançar um DVD também de 30 anos de carreira que foi um show lotado gravado no Ibirapuera que logo vai sair.

Com base nos seus anos de carreira e de experiências musicais, qual conselho que você dá para as novas bandas?

Meus conselhos para as novas bandas é o seguinte Getting Fuck a Job! Arrumem um outro trabalho, não fiquem só na música. Você tem que fazer um outro trabalho enquanto não fizer o sucesso. E quando vier sucesso, se vier, não gaste todo o seu dinheiro. Saiba investir. É isso aí.

O que o público de Palmas pode esperar do show de hoje?

Público de Palmas pode esperar muita energia. Eu vou tocar todos os meus sucessos, o Charada Brasileira, Green Hair, Garota de Berlim e vou mandar uns covers muitos loucos para você