Quando um amigo que acabara de chegar da Itália (Europa) disse que havia realizado a melhor viagem de sua vida, confesso que fiquei um tanto quanto impressionado, afinal, ele é conhecedor de vários países mundo afora, e se realmente estivesse falando a verdade, bem que poderia dar uma passada na terra que sempre me trouxe um sentimento de relações mafiosas. Dessa forma, já que estava de viagem marcada para a Europa, decidimos, minha esposa e eu, dar um pulinho até o país da botinha (veja mapa mundi), e assim o fizemos. Depois de planos, pesquisas na internet, organização de roteiro e orçamento, lá fomos para Itália.

Reservamos sete dias para uma viagem de carro, tendo a cidade de Roma como ponto de partida e regresso. Alugamos um carro no aeroporto de Roma, e já no primeiro dia em solo romano, realizei um sonho antigo, conhecer o Anfiteatro Flávio, ou simplesmente Coliseu de Roma. Realmente um colosso. Andar por aquelas arquibancadas erguidas há quase dois mil anos me trouxe uma sensação de fragilidade, o que somos nós? Pobres seres mortais, diante de séculos e milênios sustentados em pilastras de pedras esculpidas por pedreiros artesãos. Mas, deixando a filosofia de lado, vale a pena conhecer aquele gigante, mesmo tendo que enfrentar filas quilométricas.

No dia seguinte, GPS em punho (não pode faltar), pegamos a estrada. E nosso veraneio pela antiga terra da civilização etrusca se deu por estradas secundárias, pontilhadas no seio de belas florestas formadas por ciprestes milenares, campos de videiras e oliveiras, castelos, cidades rodeadas por muralhas, um símbolo histórico medieval; uma paisagem de filme, aqueles que víamos quando criança na Sessão da Tarde, da Rede Globo, e que ficaram eternizados em nossas mentes. Assim, nossa viagem seguiu. Durante seis dias, visitamos cerca de 12 cidades, sendo que a primeira parada foi em Orvieto, que fica no pé de uma montanha, a qual traz encravada em seu cume uma cidadela impressionante e imperdível: Civita di Bagnoregio. Em seguida vieram, entre outras, Siena, Bolonha, Arezzo, Assis, Maranello (a terra da Ferrari), Florenza, Padova, a charmosa Veneza, com suas gôndolas e ruas alagadas; e a Praça de São Marcos (Piazza San Marco), onde aves (pombos) e pessoas se misturam em perfeita harmonia.

Seis dias que valeram uma vida, pelo encanto de conhecer lugares que foram nascedouros e frequentados pelos mestres da Renascença, de conhecer a casa onde Dante Alighieri viveu do paraíso ao inferno em sua divina comédia; onde Leonardo da Vinci expressou sua sensibilidade em tantas obras; onde Michelangelo sonhou o seu Davi e que Maquiavel projetou sua arte de fazer política; e ter sob seus pés a terra de Galileu Galilei, um dos principais personagens na revolução cientifica, é surreal. Uma riqueza artística em milhares de monumentos, onde as principais igrejas do mundo estão instaladas. Destaque para a Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Duomo (catedral de Florença), em Florença, a de Basílica de São Francisco, em Assis, ou até mesmo a Basílica de Santo Antônio, em Padova.

A Itália é realmente um país encantador, com um povo cuja latinidade se assemelha a do brasileiro como bons anfitriões. Para fechar, um adendo, se for visitar a Itália, faça a escolha por meses fora do verão europeu, pois o sol é escaldante e as temperaturas altíssimas, análogas as tocantinenses, isso pode atrapalhar um pouco as caminhadas. Enfim, uma viagem dos sonhos, emocionante, romântica, e um hibridismo de tudo isso, com um gostinho de quero mais.