Quando o assunto é corrida, a dúvida é recorrente e afeta até mesmo profissionais da área. Qual treino é mais eficiente? O realizado na esteira da academia ou o praticado nas ruas, ao ar livre? O questionamento ganha ainda mais força nesta época do ano quando aqueles que colocaram “fazer mais exercícios” como um dos itens de resoluções de ano-novo elegem a corrida como esporte favorito. A disputa por esteiras nas academias, por espaços nas pistas e o calendário de provas de corridas durante o ano em Palmas provam a popularidade do esporte.Para tentar responder de forma definitiva a questão, pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, convidaram um grupo de corredores para correr na rua, enquanto era medido seu gasto de energia. Logo depois, os mesmos voluntários correram em uma esteira, na mesma intensidade, mas com inclinações diferentes. Ao final da pesquisa, concluiu-se que é possível compensar de forma adequada o esforço extra de correr ao ar livre colocando a esteira em uma inclinação de 1%.Para a personal trainer Jane Farias antes de escolher o tipo de treino deve ser realizada uma avaliação entre os dois tipos de corrida. “Primeira coisa é passar por uma avaliação física. A corrida tem muitos benefícios, mas ela também exige muitos cuidados. Tanto na esteira quanto ao ar livre, é preciso ver a atual condição física, saber o tênis que vou poder usar, ver a postura certa e que seja uma corrida orientada”, esclarece.A personal comenta que existem os prós e contras de cada estilo. “Existe sim as diferenças entre os tipos, na esteira é mais fácil, porque o solo está passando nos seus pés e você consegue uma técnica melhor. E em relação a treinar na rua existem os agravantes dos buracos, de ter que interromper o treino porque o carro está passando, entre outras coisas. Na esteira você consegue tanto controlar seu ritmo, como também os quilômetros que vai correr”, explica.O administrador de empresas João Batista Silva corre na esteira há dois anos, e a escolha pelo método, segundo ele, foi por causa do tempo e da forma de se fazer a corrida. “Eu já corria nos dois métodos, tanto ao ar livre como na esteira, mas aí para correr na rua nem sempre eu achava companhia e eu não curtia ir só. Por conta do horário, que eu sempre corro pela manhã, eu faço esteira”, conta Silva que faz o treino em casa mesmo, “na esteira posso controlar minha velocidade, até me canso mais, e também acompanho minha intensidade”, afirma.Apesar da corrida estar ganhando muitos adeptos, a personal alerta para os riscos de lesões. “É preciso ter orientação para não ter lesões. A gente sempre indica, independente do que for escolhido, o fortalecimento muscular, que a pessoa primeiro fortaleça o músculo e depois vá para a corrida”, recomenda.Saindo da monotonia com a corridaPara a Ana Lucia Pinto da Silva, de 36 anos, servidora pública, e que pratica corrida há três anos, correr ao ar livre é liberdade. “Eu escolhi correr na rua justamente por causa do ambiente que muda, quando a gente faz academia é o mesmo ambiente, todo dia o mesmo lugar e você não sai do lugar. Na rua você vê pessoas, sai do lugar. Amo correr, para mim é uma forma de me libertar”, conta.A servidora conta que começou a praticar corrida sozinha na academia por causa do sedentarismo. “Eu já corro há muito tempo por conta e agora que resolvi entrar em um grupo de corrida. Percebi que existem muitas técnicas que o treinador oferece que facilita a corrida ao ar livre e hoje eu consigo perceber que tem diferença nas passadas, na hora de subir é um jeito diferente do que eu fazia”, explica.