Brincadeira é sinônimo de infância e faz parte da vida de qualquer pessoa. E qual o adulto que não sente falta desses momentos de liberdade e descontração? Na era digital até mesmo coisas simples da infância vão se perdendo e ficando no passado, como é normal que aconteça acompanhando as transformações na sociedade.Contudo, as brincadeiras, além de serem educativas ou que simplesmente ocupem tempo dos pequenos, contribuem para o desenvolvimento motor e psíquico das crianças. É o momento em que desenvolvem as habilidades físicas, cognitivas e socioafetivas. Batatinha frita, pular corda, bambolê, amarelinha, bobinho, cinco marias e bolinha de sabão estimulam a coordenação motora; cirandas, massinha, caça ao tesouro, forca e mímica estimulam a criatividade; queimada, pular carniça, pique-bandeira, passa anel e esconde-esconde ajudam no convívio social.Questionada sobre o papel da tecnologia nesse aprendizado, a psicóloga especialista em psicodiagnóstico Betânia Luz explica que o uso da tecnologia atualmente é uma necessidade e seu uso deve ser feito com equilíbrio. “Além da parte positiva do aprendizado e da infinidade das possibilidades que se proporciona por meio da tecnologia, também promove os momentos do ‘eu sozinho’. Se a criança se acostuma com isso, passa a não ter habilidade para estar com o outro. Aí mora o perigo de ser perder a condição humana”, alerta.Outros aspectos negativos apontados pela especialista quanto ao uso de computador, tablet, celulares e afins, são os danos à coluna, mãos, braços e outras partes do corpo. “O mais adequado é o limite e equilíbrio no uso das tecnologias”, sugere.No âmbito escolar as brincadeiras são pensadas não apenas como uma forma de entretenimento, mas de forma lúdica aliada ao aprendizado, como explica a diretora de um centro educacional da Capital, Ludimila Barbosa Oliveira. “Nós ensinamos a criança a brincar. A tecnologia está cada vez mais acessível aos menores, muitas vezes por negligência da família, que sem tempo, acaba dando o celular ou tablet para a criança ficar quieta e a parte lúdica acaba se perdendo. E a escola tem um importante papel nesse processo de aprendizado”, garante Ludimila.Quem também defende o papel da escola nesse processo é a professora de educação física de uma escola particular de Palmas Taysa Garcias. “As crianças precisam desse momento de liberdade. E é durante o ato de brincar que expressam seus sentimentos, moldam a personalidade e aprendem a conviver em sociedade. As famílias precisam ver nesse momento que a interação e o convívio são essenciais para a formação de cada cidadão”, afirma a professora.Família ajuda no desenvolvimentoA fisioterapeuta Edileuza Carvalho Rodrigues, mãe de Isaque Carvalho Borges, de 9 anos, aposta no diálogo para conseguir barganhar com o filho. “Temos muitos combinados. Se for bem comportado e cumprir as tarefas designadas para ele, terá uma recompensa”, relatou a mãe ao destacar que o convívio com os avós contribui muito para que o filho tenha acesso e aprenda sobre brincadeiras mais antigas. “O Isaque gosta de contação de histórias que meu pai promove, ele também sabe fazer carrinhos com latinha de sardinha e garrafas pets”. Isaque também tem acesso ao vídeo game e joguinhos digitais, mas nem por isso deixa de aproveitar atividades ao ar livre. Para o garoto, brincar com outras crianças é bem divertido. “Gosto de peteca, bolinha de gude, pega pega e outras que minha família ensinou”, diz. Já para a pequena Ana Vitória Araújo Azevedo, de 9 anos, a brincadeira que ela mais gosta é pular corda. “Gosto de brincar com as outras crianças, correr, pular e tudo que for divertido, mas também brinco em casa com joguinhos de colorir e de adivinhação com a minha mãe”, conta a menina que não abre mão também de um filme com personagens da Disney. “A Cinderela e a Barbie são as melhores. É um mundo de magia”, finaliza.-Imagem (Image_1.1367062)