O discurso do apresentador Tiago Leifert, no Big Brother Brasil (Globo), sobre o cabelo black power do participante João Luiz e o racismo, na noite de terça (6), mostrou que a emissora está de olho em temas sensíveis à sociedade. Antes disso, ele já tinha chamado a atenção dos brothers sobre o aumento dos casos de Covid no Brasil após deboches de protocolos de segurança.

Em uma edição marcada por episódios de racismo, homofobia, machismo e abuso psicológico envolvendo os participantes, alguns dos patrocinadores têm demonstrado preocupação. Uma dessas empresas é a Avon que diz, em nota, que defende a diversidade, o antirracismo e o estímulo ao empreendedorismo e empoderamento feminino.

“Portanto, estamos atentos e acompanhando a repercussão do que acontece no reality, além de fomentarmos o debate sobre causas que apoiamos. Tanto que, como marca ativista, lançamos a plataforma ConversaTáOn, com o objetivo de propor discussões sobre assuntos relevantes que surgem nas redes sociais e que estão relacionados ao BBB21”, afirma.

A empresa afirma que o programa tem ajudado positivamente na reflexão sobre preconceitos e na evolução como sociedade para situações de assédio psicológico não se repitam. No entanto, a Avon diz que não define as dinâmicas e regras do reality.

“Acreditamos que as conversas geradas a partir do programa têm sido bastante positivas para a reflexão sobre preconceitos e estereótipos. Assim, podemos evoluir como sociedade para que episódios de assédio psicológico não se repitam. Reforçamos que, como uma das patrocinadoras, não temos qualquer participação na definição da dinâmica ou das regras do programa”, diz.

Outra patrocinadora do programa, a PicPay respondeu em nota que “não irá se posicionar” sobre abusos psicológicos de participantes do reality. Ela também não respondeu se conversou com a Globo para tentar impor regras na próxima edição para que o patrocínio continue.

Já a Coca-Cola diz que nenhuma forma de discriminação reflete seus valores como empresa e nem os das suas marcas. "A gente acredita em uma sociedade cada vez mais democrática, mais justa e equalitária. Estamos todos aprendendo, de fato, mas hoje a sociedade não tolera mais nenhum tipo de preconceito, em qualquer âmbito", diz.

Procurada, a Americanas não respondeu até a publicação da reportagem.