Muitos têm empregos, mas nem todos conseguem ter uma profissão. Do latim, professione é o ato ou efeito de professar, de dedicar-se a uma arte. E apenas quem ama o que faz pode dizer que a labuta diária vai muito além da simples rotina de trabalho. Ana Cláudia Tavares entende bem esta diferença. Formada em Estética e Cosmetologia desde 2012, há dois anos trabalha com fotografia e não se arrepende da radical mudança profissional. “Eu fiz Estética por indicação da minha mãe, porque ela dizia que era um curso do futuro, com muitas possibilidades. Mas na metade do curso vi que não era o que queria e decidi mudar”, recorda. Apesar de não ter abandonado o curso antes de terminar, Ana Cláudia acabou se encontrando durante o caminho com a arte da fotografia. “Vi que me identificava muito mais com essa área por ser comunicativa. Gostava do contato com as pessoas, da oportunidade de estar registrando momentos tão importantes na vida delas, como um casamento, a gravidez”, explica, ressaltando que hoje é muito mais feliz. “É artístico, dá para mostrar a minha identidade através da foto, como a leveza e a pureza dos momentos”, complementa. Já a decoradora Val Fly trocou a arquitetura pela arte de projetar festas. Durante a faculdade, ela percebeu que não queria trabalhar na área da construção civil e encarou uma nova proposta. “Larguei o curso no último período e fui trabalhar com decoração de eventos. Meus primeiros trabalhos foram ainda na época da faculdade, com festas infantis. Hoje, eu faço de tudo: casamento, 15 anos, eventos corporativos...”, enumera. Quer saber se teve arrependimento? Ela diz que não! “Foi legal, porque estou mais feliz com a decoração, fazendo o que eu gosto. E quem faz o que gosta não trabalha, se diverte”, ressalta a decoradora formada em Artes Plásticas. Opostos se atraemA relação de Ramiro Fernandes com o trabalho é bastante interessante. Parte do tempo ele é controlador de voo no aeroporto de Palmas. Em outras horas, toca repique de mão e tantan em um grupo de samba. O encontro com as profissões aconteceu em Palmas, para onde se mudou após passar em um concurso da Infraero, em 2010. De lá para cá, o músico que controla o tráfego aéreo da Capital aproveita o melhor das duas profissões. “Ser controlador é bacana, porque é uma profissão dinâmica. Existem os procedimentos, mas por conta da natureza da função, cada dia é diferente”, diz, ressaltando ainda a seriedade que o cargo exige. “A responsabilidade é imensa, porque lidamos com vidas”, frisa. Por outro lado, não menos exigente, mas bem mais leve, está a carreira de músico. Ao menos uma vez na semana ele toca em um grupo de samba e faz questão de manter a rotina. “Sempre gostei de samba, foi uma herança do meu pai. E poder tocar para mim é mais como um hobby; sou um sambista amador, que ama o que faz”, afirma. OrientaçãoDe acordo com a psicóloga e consultora empresarial Bianca Zortéa Schawn, a escolha da profissão é um passo importante na vida das pessoas e, por ser dado geralmente ainda na adolescência, o cuidado deve ser redobrado para que se atinja a realização profissional. “Por isso existem os testes de orientação vocacional. É preciso se conhecer bem e conhecer a carreira que está escolhendo para ser feliz. Porque, quando a gente faz o que realmente nos agrada, a gente se sente realizado”, afirma.Mas se não der certo, o conselho da consultora é recomeçar. Para Bianca, quanto menos tempo perder, melhor. “Se não tem prazer, não é errado recuar e começar em uma nova carreira. Tem que fazer isso, só basta ter cuidado para não sair dando tiro para todos os lados”, alerta. -Imagem (Image_1.840118)-Imagem (Image_1.840119)