“Te amo! Sei que tô difícil, mas sei também que qualquer hora vai surgir uma brecha pra gente se encontrar (sic)”. Este é um trecho de uma das cartas que teriam sido enviadas por um vigilante de uma escola do distrito de Buritirana, na Capital, a uma aluna desde quando ela tinha 13 anos. Recentemente a menina completou 14 anos, e o caso foi denunciado à Polícia Civil como estupro de vulnerável pela mãe da jovem, que relatou a situação em Boletim de Ocorrência com data de 11 de julho deste ano.

Conforme o documento, a mãe detalha que a filha passou a ter um comportamento estranho, arrumando desculpas para sair de casa e voltando com presentes. Posteriormente, conhecidos contaram à família o suposto relacionamento da jovem com o vigia, que seria bem mais velho. No Boletim também há o relato de que a mãe questionou a filha sobre o relacionamento e a menina confirmou, contando inclusive que eles estariam mantendo relações sexuais.

“Cuidado com esses escritos. Lê e depois rasga na mesma hora. Não deixa ninguém ver.” Assim terminava um dos bilhetes enviados à garota, pedindo sempre que ela os destruísse. A mãe da menina também relata isso no Boletim de Ocorrência, destacando que ele falava para ela manter segredo sobre as relações sexuais com ele, porém encontrou uma pílula do dia seguinte embaixo do travesseiro da adolescente.

Em um recado enviado pela menina ao suspeito, ela explica que a esposa dele teria encontrado um dos bilhetes, e questiona porque ele não o rasgou. “A minha mãe disse que sua mulher parou ela na rua e disse que viu uma das cartas que eu te mandei. Se era pra rasgar, você também podia ter rasgado né. Toda hora uma coisa acontece, sério isso já tá me cansando (sic)”.

Possível fuga

Nesta quarta-feira, 22, um novo Boletim de Ocorrência foi feito pela mãe, relatando uma possível fuga da jovem, que teria saído de casa na terça-feira, 21, e ainda não teria voltado para casa. No novo documento, a mãe, que não estava no momento, relatou que a menina teria chegado da escola, tirado o material da mochila e colocado algumas roupas, posteriormente saído de casa. Na quarta ela não teria ido para a escola e a jovem já teria sido procurada pela família em vários locais do Distrito. A reportagem questionou a Polícia Civil para saber se a menina já havia sido encontrada até o final da tarde desta quinta-feira, 23, e aguarda retorno.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada na Proteção à Criança e ao Adolescente.

A Secretaria Municipal de Educação (Semed) disse que o caso relatado ocorreu no mês de julho, sendo período de férias, “comprovando assim que não ocorreu no ambiente escolar”. A pasta ressaltou também que o servidor acusado foi afastado até que sejam concluídas as investigações policiais, e que a gestão da Escola encaminhou o fato registrado em Ata para o departamento jurídico da Semed.

O Jornal do Tocantins solicitou nota à Secretaria Estadual de Segurança Pública para obter mais informações sobre o caso e aguarda resposta.

O que diz a Lei:

Ato sexual ou atitude libidinosa com menores de 14 anos, mesmo com a autorização da vítima, é considerado crime de estupro de vulnerável, conforme consta no Código Penal.