“Estamos aguardando os resultados de um laudo para ir à Justiça. Não queremos que o aconteceu com nosso filho aconteça com outras crianças.  Ele morreu por negligência”, declarou Larissa Souza de Sá, mãe do bebê João Marques de Sá, de 10 meses, que faleceu no Hospital Infantil de Palmas na última quarta-feira, 4. 

A criança estava internada com pneumonia e necessitava de aparelhos para respirar, entretanto devido a uma queda de energia, após uma forte chuva na Capital, ela teria ficado sem respirar. “A perda é muito grande. A dor é forte. Perdemos nosso único filho”, contou a mãe emocionada ao Jornal do Tocantins.

A família aguarda o laudo conclusivo do Instituto Médico Legal (IML) que deve sair em 30 dias. O Boletim de Ocorrência (B.O.) já foi registrado. 

O corpo do bebê foi enterrado na noite desta quinta-feira 5, em Araguacema, a 297 km da Capital, onde mora a família.

Caso

Segundo o relato de Larissa, ela levou o filho ao hospital no dia 22 de setembro. Ele ficou internado por sete dias e foi liberado. “No dia 4 de outubro conseguimos o retorno dele. Já no hospital o internaram porque ele estava com problemas para respirar. Ele estava sedado e respirando com a ajuda de um tubo”, contou a mãe.

Conforme Larissa ainda, durante o tarde da quarta-feira, devido à chuva houve oscilações na energia e o aparelho parou de funcionar. “Meu filho teve uma parada respiratória. Tiraram o tubo e tentaram reanimá-lo sem sucesso. Depois colocaram o tubo e levaram uma extensão para ligar os aparelhos de lá no gerador, mas já era tarde”, conta a mãe.

Um trecho do laudo do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da Secretaria da Saúde do Estado (Sesau) diz que o bebê estava entubado com ventilação mecânica. Com a falta de energia o respirador parou de funcionar. Nesse momento foi colocado um cateter nasal que também não teve êxito. 

Sesau

Em nota a Sesau informou que as frequentes quedas de energia, na tarde da quarta-feira, 4, causaram transtornos ao hospital, mesmo a unidade sendo abastecida por um gerador. A secretaria disse ainda que determinou a abertura de rigorosa sindicância para apuração transparente dos fatos.

Sobre o gerador, a pasta informou que o equipamento gerador da unidade tem capacidade para atender a demanda, é acionado automaticamente quando ocorre queda de energia e encontra-se com sua manutenção regular realizada a cada três meses, cumprido com o zelo de testes a cada dois dias para verificar o bom funcionamento da bateria.