Desde que optou por utilizar as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de ingresso única em 2015, através da resolução 13/2013 do Conselho Universitário (Consuni), a Universidade Federal do Tocantins (UFT) realizou de 2015/2 a 2018/2, oito processos seletivos complementares do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), sendo um por semestre. Neste período, foram ofertadas 2. 979 vagas.

A exceção foi no período de 2017/2 quando houve dois processos seletivos complementares, porque Araguaína e Gurupi estavam com o calendário diferente dos demais câmpus.

A UFT esclarece que não houve prejuízos pois as vagas remanescentes passaram a ser ocupadas pelos Processos Seletivos complementares (PSCs). Uma das medidas para diminuir o número de vagas ociosas é a volta do vestibular tradicional – o que não ocorria desde 2015.

A ociosidade das vagas na universidade não se dá apenas em razão daqueles alunos que trocam de estado ou desistem de estudar por outro motivo, mas também a aqueles que trocam de curso durante o período da graduação. Este é o caso do estudante Rafael Silva Motta, de 21 anos, que trocou jornalismo por direito.

“Eu estava insatisfeito com a qualidade do curso, mas acabei descobrindo que o que eu estou fazendo é similar. Porém vou tentar fazer o vestibular agora para voltar para o jornalismo e terminar”, explica.

Troca

Outra estudante que mudou de curso foi Amanda França, de 23 anos, que passou de enfermagem para arquitetura. “Medicina era minha primeira escolha, mas eu passei para enfermagem quando o processo de entrada na UFT era o vestibular, em 2012. Decidi trancar o curso e, então parei para pensar o que seria melhor para mim e decidi cursar arquitetura, em 2016”, relata.

Vestibular

No entanto, o presidente da Comissão Permanente de Seleção (Copese), Élvio Quirino, explica que a escolha da volta do processo tradicional é para diversificar as formas de ingresso na universidade.

“É muito importante à retomada do vestibular com 50% das vagas. Porque muitos alunos acabam escolhendo o curso de graduação baseado na nota que ele tira no Enem, no final do processo, não no início como no caso do vestibular. Então você estuda melhor a carreira. Acreditamos que o vestibular possa atrair mais alunos para a nossa universidade”, disse.

Este ano, no mês de julho, o Consuni, por meio da resolução 25/2018 determinou que 50% do ingresso continue ocorrendo pelo Sisu e outros 50% por meio de vestibular.

Criado em 1998, o Enem é um avanço para o ensino superior brasileiro, pois além de proporcionar ao aluno uma oportunidade de entrar na universidade é possível conseguir bolsas de estudo em instituições privadas reconhecidas pelo MEC e até financiamento para ajudar a pagar a faculdade particular.

“É importante dar essa mobilidade que o sistema permitiu aos alunos, mas é uma mobilidade que para a região Norte e Nordeste acaba vindo estudantes de muito longe para cá que não se adaptam. Com isso a UFT fica com algumas vagas ociosas e depois tem que preencher com o os PSCs”, explica Élvio Quirino. As inscrições começam no dia 26 de setembro, com 943 vagas abertas em 50 cursos, incluindo o novo curso de medicina, ofertado no câmpus de Araguaína. O valor da inscrição é de R$ 120,00.