O auxiliar de serviços gerais Ronaldo Santana da Silva, de 40 anos, principal suspeito de ter envolvimento no desaparecimento da menina Laura Vitória, 9 anos, no dia 9 de janeiro passado, se apresentou, nesta manhã, na Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic). Ele foi recolhido e encaminhado à Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP).

De acordo com a delegada da Deic, Liliane Albuquerque, o suspeito podia se apresentar em qualquer delegacia. “É um direito constitucional do preso se apresentar a qualquer autoridade policial. Fiz o recolhimento e agora quem vai continuar as investigações é o delegado titular da ação”, disse.

Silva já está à disposição do juiz de direito na CPP e o delegado titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), João Sérgio Vasconcelos Kenupp, o ouvirá no sistema carcerário.

Sobre o aliciamento de uma menina de 9 anos, no mesmo dia em que Laura sumiu, e o envolvimento no desaparecimento da criança, Silva disse que é perseguição e que não tem nada a ver com isso, além de afirmar que é inocente. “Não estou precisando aliciar menina”, falou.

No dia do desaparecimento de Laura, um morador do residencial procurou a delegacia para informar que Silva que residia no mesmo local que a família de Laura disse que viu o homem aliciando uma criança de 9 anos na escada, por volta das 10 horas, e que ele já tinha cumprido pena por pedofilia. “A mãe da menina veio aqui, e a menina confirmou que ele estava aliciando ela, querendo dar um dinheiro para ela ir ao apartamento dele”, disse Kenupp na semana passada.

Histórico

Silva estava em liberdade condicional pela prisão ocorrida na noite de 31 de julho de 2015 no residencial onde mora, com base no artigo 217 do Código Penal - Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos.

Ele teria oferecido R$ 100,00 a uma criança para ter relações sexuais com ela. Em agosto de 2015, os advogados do acusado pediram a liberdade provisória argumentando que o homem era réu primário, tinha bons antecedentes, residia no distrito da culpa e tinha ocupação lícita (trabalhava numa construtora). Os advogados alegavam que Silva era inocente e todo o caso não se passava de um mal entendido, pois o acusado teria chamado a criança para lhe ensinar a utilizar o aparelho celular.

O Ministério Público Estadual (MPE), através do promotor de Justiça Fábio Lang, manifestou-se pela soltura de Silva. No entanto, a liberdade provisória foi negada pelo juiz Rodrigo da Silva Perez Araújo, que argumentou ainda em sua decisão que pesava contra o acusado uma ação penal também por violência doméstica. A soltura só ocorreu meses depois, mas a reportagem não teve acesso aos autos devido o processo correr em sigilo.