Amamentar é o sonho da maioria das mulheres enquanto elas esperam o bebê chegar. Mas esse sonho pode se tornar um pesadelo, pois a amamentação nem sempre acontece da forma mais fácil ou instintiva, principalmente para mamães de primeira viagem.

A advogada Meryelen Sera Wille Negre, de 33 anos, passou por esse drama quando teve Bernardo, seu primeiro filho, hoje com seis meses. Ela explica que mesmo após o parto, o colostro, líquido secretado pelas glândulas mamárias alguns dias antes e depois do parto e rico em anticorpos, não saiu. Quando deixou a maternidade, Meryelen percebeu que seu filho não estava pegando direito no peito. “Vendo que não estava dando certo, fui até o Banco de Leite Humano. Eu chorava, estava desesperada porque não conseguia amamentar e, ao chegar, fui atendida com toda a paciência do mundo”, explicou.

O Banco de Leite Humano, que fica localizado no Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas, é um centro de apoio à amamentação, que coleta, processa e distribui leite humano. Mas, para a coordenadora Walkíria Pinheiro, esse é apenas 30% do trabalho. “O principal é promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. Quando falamos em apoiar, entra a assistência que damos a todas as mães que precisam do Banco de Leite”, explica a coordenadora.

De acordo com Walkíria, gestantes em pré-natal ou mães que acabaram de ganhar seus bebês e têm dúvidas sobre amamentação podem procurar o banco para orientações. “Nós funcionamos 24 horas por dia, com enfermeiros e técnicos em enfermagem justamente para dar todo apoio que essa mãe precisa, inclusive de madrugada”, ressalta.

Apoio

E foi esse apoio que Meryelen encontrou, três dias após dar à luz. Ao chegar, as enfermeiras constataram que Bernardo estava desidratado, por não conseguir fazê-lo mamar. “Imediatamente chamaram uma pediatra que, muito prestativa, confirmou a desidratação e disse que ele precisava aprender a pegar o peito. Mas, como era urgente, me ensinaram a técnica do copinho e deu certo por um tempo”, relembra.

Mas a luta da advogada para amamentar não havia terminado. Na semana seguinte ao parto, Meryelen retornou ao Banco de Leite para que as enfermeiras a ensinassem como fazer Bernardo pegar o peito. “O peito já estava rachado e a partir daí começamos a tratar. Ele mamava, mas ainda parecia que não estava satisfeito. Fizemos a ordenha para verificar a quantidade de leite e vimos que era pouco. O sonho de amamentar foi todo por água abaixo”, lamenta, ressaltando que procurou ajuda médica e ainda tomou medicamentos para aumentar o leite, mas sem sucesso, e teve que voltar várias vezes ao banco.

Meryelen indica às mães que conheçam o banco, pois todos os detalhes sobre a amamentação são ensinados pelos profissionais. “É um momento em que você está fragilizada e muitas vezes eu chegava lá chorando e saía deslumbrada com a atenção que recebia”, conta.

Informações

Buscar informações nas Unidades de Saúde e com médicos

Buscar orientações na internet

Participar de grupos de gestantes

Procurar o Banco de Leite Humano, no Hospital e Maternidade Dona Regina. O serviço funciona 24 horas e é gratuito.

Também existe Banco de Leite Humano nas cidades de Araguaína e Gurupi.