Em assembleia geral, na manhã de ontem, na Capital, servidores da rede estadual de ensino decidiram manter a paralisação das atividades. À tarde, cerca de 1.300 educadores de todo o Estado se dirigiram à Assembleia Legislativa (AL) para discussão das reivindicações com os deputados estaduais. Cerca de 180 mil alunos estão sem aulas em todo o Tocantins desde o dia 24 de março.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Tocantins (Sintet), José Roque, esclareceu que a greve continua porque, segundo ele, mesmo com a Medida Provisória (MP) nº11/2014 que foi assinada, no último dia 4, pelo ex-governador Siqueira Campos, não houve nenhum aumento de ganho salarial. “A proposta do governo estadual, por meio da MP, não atende os anseios da categoria”, disse.

Segundo Roque, a proposta do governo é parcelar a equiparação do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) em três vezes. “Nós não queremos isso, tem que ser paga de uma só vez”, explicou.

 

Audiência

Durante a audiência pública, segundo o presidente, nada foi votado, apenas discutido. “Viemos à Casa de Leis esclarecer aos deputados e a sociedade como estão as negociações com o governo.”

Conforme Roque, desde o início das negociações, um dos pontos em que falta acordo entre o governo e os servidores é a realização de processo seletivo participativo para diretores a partir de 2015. “Esse ponto também não estava na MP”, disse. Segundo ele, a greve não tem previsão para ser encerrada.

A deputada Josi Nunes (PMDB) disse que “o objetivo da audiência foi ouvir a categoria e suas reivindicações, para que a partir disso a classe encaminhe os pedidos aos governador”, explicou.

Após o término da sessão, deputados e representantes do sindicato foram recebidos pelo governador do Estado, Sandoval Cardoso (SD), e as reivindicações foram entregues ao chefe do Executivo. Nova assembleia deve ser marcada para votar a contraproposta do governo.

 

Seduc

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (Seduc) informou que o governo se dispôs a tomar todas as medidas que sejam permitidas em lei e que estejam de acordo com as condições administrativas e financeiras do Estado.

Ainda segundo a Seduc, um levantamento feito na semana passada mostrou que 49,2% das escolas estaduais estão funcionando normalmente ou de forma parcial. A greve foi declarada ilegal no último dia 28.