Para evitar agravos de doenças crônicas e melhorar a qualidade de vida de pessoas com obesidade mórbida, muitas delas procuram atendimentos médicos para se submeterem à realização da cirurgia bariátrica e com isso perderem peso aos poucos. O número de interessados em passar pelo procedimento cirúrgico na rede pública é elevado e 33 pacientes aguardam serem chamados, outros 250 estão em acompanhamento pré-operatório.

Apesar da demora em conseguir realizar a cirurgia, a professora Tâmara Suelly Cardoso de Almeida, 33 anos, afirma que vale a pena a espera. Ela conta que sempre foi uma pessoa com o peso acima da média e chegou a pesar 165 kg. Fez dietas malucas e até tomou remédios para tentar emagrecer, mas nada adiantou. Apesar da aparência física ser motivo de preconceito para a sociedade, Tâmara não via problemas. “Tinha muitos apelidos, mas como sempre fui muito despachada, eu mesma curtia com a minha obesidade, não me incomodava, eu com 165 kg usava biquíni”, conta.

Mas por questões de saúde, Tâmara preferiu recorrer à cirurgia. Aos 17 anos tentou fazer a bariátrica, mas não deu certo por ser menor de idade, depois com 22 anos tentou novamente e também não conseguiu por estar fazendo faculdade fora e os horários não conciliarem com as consultas pré-operatórias. “Eu tinha pressão alta, muito cansaço e eu queria uma qualidade de vida. Não tem nada pior do que você entrar em uma loja e não encontrar uma roupa. Eu sempre sonhei usar uma lingerie e nunca encontrava uma que servisse nos meus seios”, lembra.

Mas, em 2013, o sonho ficou mais próximo da realidade. Ela iniciou o processo para o procedimento, realizou todos os exames e começou a fazer os acompanhamentos pré-operatórios pela rede pública de saúde. “Entrei na fila no dia 24 de agosto de 2014, quando foi dia 24 de setembro de 2015, eu fiz a cirurgia e se fosse para fazer novamente pelo SUS eu faria”, revela.

Dos 155 kg que pesava no dia da operação, Tâmara já conseguiu perder 65 kg, sendo que antes da cirurgia ela já tinha eliminado 10 kg. Apesar de já ter batido a meta da cirurgia, a professora ainda quer eliminar 25 kg. O próximo passo será fazer as cirurgias reparatórias, para retirada de pele extra.

Assim como foi para a professora, a espera é longa, tendo em vista que, desde 2011, apenas 111 pessoas realizaram o procedimento através do SUS no Estado. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) as cirurgias bariátricas são procedimentos cirúrgicos classificados como eletivos, ou seja, não de urgência e por isso demoram.