O período quente e seco, típico do inverno no Tocantins, exige atenção especial à saúde do corpo de maneira geral. Como o período favorece o surgimento de vírus, bactérias, fungos e outros agentes causadores de doenças, então todos os órgãos precisam ser observados com atenção. Segundo a ginecologista Mayara Cabral, a chegada do calor intenso propicia aumento no número de mulheres e crianças com inflamações causadas pelo fungo cândida. A especialista alerta que praia, biquínis úmidos e roupas pouco ventiladas podem oferecer as condições ideais para o desenvolvimento da candidíase.

Para identificar a presença do fungo, a ginecologista explica que os sintomas da candidíase podem variar de uma pessoa para outra, mas no geral pode ocorrer coceira na região íntima; ardência na região próximo à entrada da vagina (vulva); leve inchaço dos lábios vaginais (grandes lábios); aumento de corrimento branco e espesso. Em algumas pessoas os sintomas podem ser mais severos, como ardência ao urinar; feridas na região da vagina; pele rachada na região próxima à vulva; e dor durante a relação sexual.

“O que acontece nessa época do ano é que aumenta a quantidade de vezes que se vai à praia ou piscina e, muitas vezes, se fica com a roupa de banho molhada por muito tempo. Quando termina a temporada, a mulherada enche o consultório, por que acaba oferecendo as condições ideais para a proliferação do fungo”, explica.

“Faço prevenção todo mês. O acompanhamento de um especialista evita muita coisa e também é mais fácil pra descobrir em fase precoce. Além disso, lavo bem a região vaginal e não necessariamente precisa ser com sabonetes íntimos”. A dica é da servidora pública Thais Souza, 29 anos.

A especialista corrobora, dizendo que a prevenção da doença começa com hábitos que precisam ser entendidos como cuidados essenciais. “Se você vai à praia ou sai da piscina, tem que lavar a região íntima com água corrente, usar sabonete íntimo, secar bem e depois colocar uma calcinha seca. Ficar com o biquíni o dia inteiro só vai aumentar as chances de ter a doença”, alerta.

A médica explica que toda mulher tem a cândida. Os sintomas da candidíase estão ligados à irritação vaginal, coceira e secreção. A candidíase é o desequilíbrio bacteriano e fúngico da flora vaginal. A doença causa uma coceira insuportável que acaba machucando e até ferindo, mas não tem perigo de virar um câncer e não é uma doença Infecção sexualmente Transmissível (IST).

O tratamento da doença, segundo a ginecologista é bem simples. “Pode ser tratada com antifúngico, na base de creme ginecológico ou oral, sempre com a avaliação de um profissional”, diz. Mayara completa que a candidíase não é uma doença sexualmente transmissível, ela pode dar em qualquer mulher, mesmo que não tenha tido relação. É um mal ligado basicamente aos hábitos”, enfatiza.

Cuidados

A publicitária Monnalisa Coelho, 24 anos, conta que tem problema de imunidade. Por essa razão, os cuidados são redobrados. “Assim que me mudei para Palmas eu sofri com muitas infecções urinárias porque não bebia muita água. Hoje eu me hidrato bem, procuro sempre calcinhas de algodão e roupas mais leves para o dia a dia. Não uso protetor diário, porque isso impede da vagina respirar, durmo sempre sem calcinha, uso sabonete neutro e ao fazer xixi sempre procuro secar de frente para trás”, comenta.

Mesmo com todos os cuidados, ela diz que tem a doença pelo menos uma vez por ano. “ Inclusive a ginecologista me explicou que no meu caso é problema no sistema imunológico, então eu cuido mais para evitar ter mais de uma vez em 12 meses e desde que descobri isso até hoje, eu tive poucas vezes”, diz.

uso prolongado de roupas de banho favorece a cândida, que causa a doença, não transmitida

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