Começou ontem, em Xambioá, Norte do Estado, o julgamento de Ronaldo Espíndola Silva, acusado de participação no assassinato da professora Isabel Pereira da Silva, ocorrido em Junho de 2009. O julgamento, que foi realizado sem a presença do réu, que continua foragido, não havia terminado até o fechamento desta edição.

Silva é o quinto, dentre os dez acusados de envolvimento no crime, a ser submetido a Júri Popular. Sérgio Mendes da Silva, Wagner Mendes da Silva, Roseli Francisco Alves da Silva e Anderson de Araújo Souza foram condenados, em 12 de junho deste ano, por homicídio e pelo estupro da professora. No dia 15 de agosto, Souza fugiu da cadeia pública de Xambioá após serrar as grades da cela e pular o muro da unidade.

Entenda

A professora Isabel Pereira da Silva, 34 anos, foi assassinada a pauladas na madrugada de 28 de junho de 2009, no cais da cidade de Xambioá. O crime chocou a pequena cidade, pois, de acordo com o inquérito, Isabel era testemunha chave em uma trama política que teria sido montada pelo grupo de oposição ao então prefeito da cidade, Richard Santiago.

O grupo de oposição, liderado por Clênio da Rocha Brito, teria proposto a Isabel o pagamento de R$ 40 mil para que ela prestasse depoimento contra Richard Santiago, em uma acusação de compra de votos, o que levou à cassação de Santiago e à posse de Ione Leite, que tinha Brito como vice-prefeito.

Ainda de acordo com as investigações, o marido de Isabel, Sérgio Mendes da Silva, teria recebido a quantia combinada e não repassado a parte dela, que então teria ameaçado prestar um novo depoimento, revelando o esquema.

Segundo as investigações, diante das ameaças de Isabel, Brito e Mendes teriam tramado sua morte. Outros cinco acusados, sendo Clênio da Rocha Brito, Vilmar Martins Leite, Ronisley Mendes da Silva, Antônio Batista da Silva Filho e Jenner Santiago Pereira, respondem ao processo em liberdade.