Resultado de um levante político-militar e da insatisfação de diversos grupos, segundo os livros de história, a República Federativa Presidencialista foi proclamada em 15 de novembro de 1889. Herói na guerra do Paraguai, entre os anos 1864 a 1870, o Marechal Deodoro da Fonseca, ficou marcado como a principal figura do movimento que levou o Brasil a deixar de ser uma monarquia para se tornar uma república. Fonseca tornou-se o primeiro presidente do Brasil em um governo provisório ocorrido entre 1889 a 1891. 

Desgastado com a falta de apoio, os problemas do império estavam em várias instâncias que davam base ao trono de Dom Pedro II. Destaque para o descontentamento da Igreja Católica frente ao Padroado de D. Pedro II que interferia em demasia nas decisões eclesiásticas, as críticas dos oficiais de baixo escalão do Exército Brasileiro pelo impedimento de se manifestarem publicamente.
Também pesou contra o monarca, a insatisfação dos grandes produtores que inconformados com o fim da escravatura, após a publicação da Lei Áurea, fizeram um clamor pelo início da república presidencialista e a busca por maior participação política das classes urbanas. 

Sem entender o que de fato estava acontecendo, as camadas sociais mais humildes da população brasileira observam atônitos os dias posteriores ao golpe republicano que nasce pelas mãos de militares que se veriam a partir de então como os defensores da Pátria brasileira. 

Democracia
Após a proclamação da República, o Brasil levou ainda quase um século para consolidar sua democracia, tendo em vista que em 1964, o País sofreu outro golpe de Estado, conhecido como golpe Militares. 

O historiador e professor mestre, Ederval Camargo Rocha, fala das transformações vividas ao longo da história do Brasil. “O Brasil é o único País da América a se tornar uma monarquia, logo que se tornou independente, todos os países do continente americano, se tornaram república após a proclamação de sua independência, influenciados pelos movimentos europeus, pelo iluminismo, revolução francesa e por outros movimentos. Já o Brasil não, ele se tornou uma monarquia, apesar do pensamento republicano já ter chegado aqui”, afirma.

Conforme o historiador, isso foi fruto de um arranjo político entre as elites locais e os portugueses liderados pelo príncipe Dom Pedro. “A nossa independência já poderia ter sido uma república e não foi em virtude de arranjos políticos, no entanto, durante 67 anos, o movimento republicano foi ganhando forças, e em várias momentos do império nós tivemos revoltas de cunho republicano, revoltas separatistas, inclusive”, relata.

Rocha lembra, no entanto, que foi no segundo reinado, que algumas crises foram aparecendo e o Brasil foi se modernizando. “As ideias vão ganhando mais espaços e as críticas à monarquia surgem com mais fervor, isso com a participação do Exército, da igreja e de outras oligarquias, dando origem ao golpe que resultou na proclamação da República”, disse.


Sobre os avanços e a consolidação da democracia. O historiado conta que entre a constituição republicana e a de 1988, o Brasil teve poucos avanços. “Sobre a democracia, se consideramos que a república velha foi um período de coronéis, a ideia do cidadão surge apenas em 88 e depois com a eleição de Fernando Collor. Ainda falta muita coisa, mas, a constituição atual é que de fato muda o País, joga o Brasil para o mundo como o País da cidadania onde o Estado garante direitos a sociedade”, disse ressaltando que o fato de existir esquerda e direita também faz parte da democracia, apesar alguns posicionamentos serem preocupantes.