Após os homicídios, na madrugada de segunda, o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Glória de Ivone (Cedeca) expediu uma carta solicitando a apuração dos fatos e relembrando a quantidade de mortes de crianças e adolescentes neste ano no Estado.

Para a secretária executiva do Cedeca e assistente social, Mônica Brito, o número de homicídios entre crianças e adolescentes vem aumentando, sobretudo entre negros e pobres. “Por questão de doenças, os adolescentes não morrem, eles morrem por causas evitáveis, como complicações de gravidez, aborto e hoje também por homicídios, que têm sido a maior causa de mortalidade”, afirma. Mônica chama o momento que o País vive como guerra civil, uma vez que essas mortes são deliberadas e aprovadas pela sociedade. “Porque a sociedade acha que o adolescente que cometeu algum ato infracional, que é negro, que mora na periferia, não quer outra coisa para ele do que a morte deles. Então é uma guerra civil autorizada, seja pelas instituições ou pela sociedade.”

De acordo com o Cedeca, com base em uma matéria do JTo, publicada em julho, somente no primeiro semestre deste ano foram registrados 34 assassinatos. Em 2015, o total de assassinatos foi de 73 crianças e jovens, de acordo com Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).