Pensando em lucrar fácil e sabendo da oportunidade em vender o gado a açougues clandestinos, muitos criminosos aproveitam a brecha da falta de segurança nas propriedades rurais para furtar os animais. Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), de 1º de janeiro até o dia 3 de agosto, foram 1.339 registros de rezes furtadas em 13 delegacias regionais. A prática em zonas rurais no interior do Estado tem virado caso de polícia pela quantidade de ocorrências registradas.


O fazendeiro Silvio Múcio de Oliveira, 63 anos, disse que sua fazenda, que fica na TO -010, entre Palmas e Lajeado, nunca foi alvo dos bandidos, mas para evitar a prática do crime, ele conta diariamente, em horários alternados, os cerca de 200 rezes. “Passo lá durante o dia, à tarde, e o caseiro também conta. E as pessoas que moram perto também sabem as cabeças que são minhas e ajudam, até quando elas fogem.” 
 

O diretor de Polícia do interior do Tocantins, delegado Márcio Girotto, explicou que a maioria dos animais furtados é vendida para açougues clandestinos. Há risco para saúde o consumo de carne cujo abate não atende aos critérios estabelecidos em lei.


Para o delegado, a modalidade mais comum para a prática do crime é o princípio da oportunidade, sendo o mais normal furtarem poucas cabeças. “Quando o proprietário não está na fazenda, não tem um caseiro ou alguém para denunciar, ele chega e mata o gado na fazenda e revende a carga no açougue ou chega num caminhão e transporta para outro destino”, concluiu.
Em nota, a Polícia Militar (PM) informou que realiza o policiamento no campo por meio das unidades operacionais que executam o patrulhamento e atendimento de ocorrências.