O secretário da Sesau, Marcos Esner Musafir, é investigado em um inquérito policial, a pedido do procurador-geral de Justiça, Clenan Renaut de Melo Pereira, para apurar supostas condutas criminosas atribuídas ao titular da pasta. Em decisão no último dia 16 de janeiro, o juiz Zacarias Leonardo, substituto do desembargador Luiz Gadotti, determinou que a Secretaria da Segurança Pública (SSP) instaurasse o inquérito.

Os documentos produzidos a partir de ações conjuntas do MPE-TO e DPE-TO estão anexados ao inquérito que contém mais de mil páginas. Entre os supostos crimes atribuídos ao secretário estão: perigo para a vida e a saúde de outras pessoas; abandono de incapaz; omissão de socorro; maus-tratos e homicídio que teriam sido cometidos contra vítimas que faleceram nos hospitais públicos, inclusive recém-nascidos que morreram aguardando vagas em UTI pediátrica de Araguaína.

O pedido do MPE-TO se baseia em diversos processos administrativos do órgão, relacionados, em sua maioria, com desobediência à ordem judicial, atraso no repasse da saúde em Araguaína, falta de UTIs pediátricas, além da ausência de fornecimento de medicamentos, principalmente oncológico. De acordo com um dos processos administrativos do MPE-TO, “o cenário vem se agravando: a falta das medicações pode causar sofrimento físico, além de acarretar quadro de debilitação com sequelas drásticas e, até mesmo, morte”. E ainda apresenta que até setembro de 2016 foram registradas 634 mortes gerais por câncer no Tocantins. que na revisão de óbitos, por meio do ofício do HGP, número 7 de 2016, a Comissão de Revisão de Óbitos “enfatizou que Identificou-se a falta de medicação antineoplásica que foi solicitada pelo especialista (conforme documento em prontuário) e não disponibilizada em tempo hábil pela farmácia”, informou.