Elâine Jardim
Dores, ansiedade, depressão e doenças crônicas, muitas vezes tratadas com altas doses de medicamentos, vêm sendo cuidadas através de métodos alternativos, gratuitamente, através do Sistema Único de Saúde (SUS). Pessoas que sofrem desses males que causam sintomas, muitas vezes incapacitantes, podem ter quadro de alívio a partir de práticas alternativas que estão ganhando cada vez mais adeptos nos Centros de Saúde da Comunidade (CSC).
Esse é o caso da servidora pública Gleiva Pereira dos Santos, 44 anos, que sofria de fortes dores de cabeça há mais de quatro anos e não achava nenhum método para aliviá-las, quando descobriu a auriculoterapia, técnica chinesa que usa pontos do ouvido externo para diagnosticar e tratar dor e condições médicas do corpo. “Meu trabalho é árduo e eu vivo com dores musculares e na cabeça. Comecei a fazer a auriculoterapia na unidade de saúde do meu bairro a cada 15 dias e melhorei muito. Hoje estou menos ansiosa, sinto menos dores e a dor de cabeça sumiu”, celebra.
Integrativas
Conforme o Ministério da Saúde, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi criada em 2006, quando eram ofertados apenas cinco procedimentos. Em 2017 foram incorporadas outras 14 atividades. Em março deste ano foi anunciada dez novas inclusões, chegando a 29 práticas disponíveis atualmente à população.
A adesão às práticas depende da gestão municipal. O Ministério da Saúde reconhece as práticas, mas isso não quer dizer que todas essas serão oferecidas em todos os estados. A escolha de quais práticas serão oferecidas é uma decisão do gestor local.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Tocantins são ofertadas medicina tradicional chinesa, terapia comunitária, dança circular/biodança, yoga, massagem, auriculoterapia, massoterapia e acupuntura são oferecidas na Atenção Básica para o tratamento de usuários do SUS, em 68 municípios, que crescem espontaneamente a cada ano. Em 2017, foram registrados mais de 500 atendimentos individuais no Estado.
A agente administrativa Dazilma de Souza Cruz da Silva, 50 anos, também fez tratamentos para dores crônicas por meio das práticas integrativas do SUS. Ela começou a terapia ainda em 2014, época em que realizava acupuntura, anos depois Dazilma também aderiu a auriculoterapia e hoje se sente muito mais motivada para trabalhar, além de ter mais qualidade de vida.
“Eu tomava medicações muito fortes e acabava atacando meu estômago e esse novo método reduziu a quantidade de medicamentos que eu tomava. Foi muito bom para mim, consigo ver onde evolui. Parei de reter liquido, sentir dores no corpo e agora tenho um bom humor, trabalho melhor e tenho uma vida sem sofrimento. Sinto meu corpo ser tratado como um todo”, revelou Dazilma.
Números
O Ministério da Saúde aponta que as terapias estão presentes em 9.350 estabelecimentos em 3.173 municípios, sendo que 88% são oferecidas na Atenção Básica. Só em 2017, foram registrados 1,4 milhão de atendimentos individuais em práticas integrativas e complementares. Somando as atividades coletivas, a estimativa é que cerca de 5 milhões de pessoas por ano participem dessas práticas no SUS, segundo contabiliza o órgão.
Em Palmas são oferecidas acupuntura, auriculoterapia, lian gong, massagem, terapia coreana das mãos, quiropraxia, oficinas de aromaterapia, oficinas de relaxamento, oficinas de shantala e fitoterapias nas CSC. Esses atendimentos são realizados individualmente e em grupos, de acordo com a demanda e prática aplicada.
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