As chuvas amenizam o calor intenso da Capital, mas também é a causa de diversas situações que trazem perigos para a população. Além de contribuir para o aumento de focos do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, chikungunya e zika, devido ao acúmulo de água em recipientes abandonados, as chuvas fazem com que os matagais aumentem pela cidade, tanto nos terrenos privados quanto nas áreas verdes públicas.

É possível observar os matagais de norte a sul da cidade. A equipe do Jornal do Tocantins esteve em algumas quadras onde os moradores reclamam da situação, e muitas vezes eles mesmos fazem algo para a manutenção do terreno vizinho, para garantir a segurança de suas famílias. Esse foi o caso do educador físico Rafael Araújo, de 33 anos. Ao lado de sua casa, na Quadra 1.103 Sul, existem dois lotes que estão com o mato extremamente alto, e à frente uma área verde de responsabilidade da Prefeitura na mesma situação. “Moro há nove anos aqui e esse lote já estava abandonado. De vez em quando vem uma pessoa aqui. Mas de vez em quando eu que tenho que dar uma limpada. Limpei há aproximadamente um mês porque pode ser perigoso alguém se esconder”, comentou.

Araújo disse também que nunca tentaram entrar em sua casa, porém ele percebe que no lote há fezes humanas. “Também reparamos que às vezes tem movimento aqui ao lado”. Além do perigo de esconder pessoas mal intencionadas, Araújo ainda comentou que já entrou animais peçonhentos como cobras dentre de sua casa, que também poderiam estar escondidas nos matagais ao redor.

Situação parecida é enfrentada pelo entregador Kaic Sampaio Pontes, de 23 anos. A sua casa está localizada entre dois lotes que precisam de manutenção na Quadra 504 Norte. Um deles, inclusive, já está murado e o vizinho entrou no local e recolheu todo o lixo que pudesse acumular água e ser criadouro de larvas do Aedes. “Limpei ao lado do muro há uns três meses. A gente fica preocupado com o mato alto, não sabe se tem alguém dentro se escondendo. Da esquina já não dá para vero portão da minha casa, por causa do mato alto”, comenta, ressaltando que à noite o número de mosquitos também aumenta demais, situação que também atribui aos matagais vizinhos.

Na rua ao lado da casa de Pontes, uma residência possui um mato muito alto rente ao muro. Para piorar a situação, uma poça de água acumulada junto com o mato continha diversas larvas de mosquito, que poderiam ser do Aedes aegypti.

Além de todos esses problemas com os lotes no interior da quadra, a entrada também está tomada pelo mato, situação que atrapalha a visão dos motoristas que transitam no local.

Creche

Ainda na quadra 504 Norte, ao lado do Centro de Educação Municipal Infantil (Cmei) Sementes do Amanhã, um grande lote está na mesma situação, com mato alto, entulho e até móveis que os moradores mesmos deixam. Um sofá estava localizado bem próximo à calçada, demonstrando que parte da população não se preocupa em manter a limpeza tanto desses lotes, que viram depósito de lixo, quanto das áreas verdes.

Para o lavrador Anísio Vieira de Sousa, de 68 anos, que mora na mesma rua do lote com entulho e mato e do Cmei, a saída poderia ser a limpeza dessas áreas, para que a população não volte a jogar lixo nos lotes e áreas públicas. “Tem quase um mês que esse sofá está aí e nunca veio ninguém recolher, nem a Prefeitura. Mas esse mato está baixo, já esteve maior”, explicou, confirmando que a situação persiste por muito tempo.