Quem precisou de um médico para atendimento ambulatorial, realizar exames complementares médicos eletivos ou fazer cirurgia eletiva em um dos 19 hospitais estaduais, nesta manhã, teve que voltar para trás sem o atendimento, isso porque os cerca de mil médicos que trabalham nesses hospitais suspenderam suas atividades para cobrar melhorias à categoria. Somente os atendimentos de urgência e emergência funcionam normalmente.

Devido à paralisação dos médicos, o comerciante José Ronaldo Bezerra da Silva, 48 anos, estava apreensivo com o atendimento da filha, internada no Hospital Geral de Palmas (HGP) desde o último sábado após sofrer um acidente de trânsito e fraturar o baço e osso da face. “Eu acho que eles têm direito porque a gente sabe a realidade que é. Desde sábado que durmo na porta do hospital, porque sei que está faltando medicamentos e, caso minha filha precise eu estou aqui”, disse.

A cozinheira Maria José Pereira Monteiro, que aguarda por uma cirurgia para a neta Emily, 2 anos, desde o dia 8 de dezembro, não sabia da paralisação e foi ao Hospital Infantil Público de Palmas saber informações sobre o procedimento médico. “Minha neta está com obstrução nos rins e se não realizar a cirurgia ela vai perder o rim”, explicou.

Médicos

De acordo com a presidente do Sindicato dos Médicos (Simed) Janice Painkow, a categoria decidiu pela paralisação durante os três dias devido às condições de trabalho dentro dos hospitais. “Faltam insumos básicos que necessitamos para o atendimento, isso não vem de hoje, vem ao longo do tempo. Queremos mostrar de que forma está sendo tratado o paciente dentro do Estado”, informou.

Ainda segundo ela, a situação em Araguaína, Norte do Estado, está mais crítica do que na Capital. “O que falta aqui lá falta mais, os medicamentos nunca chegam lá”, afirmou.

A Secretaria da Saúde (Sesau) ainda não se manifestou sobre o assunto. 

Greve

Na última sexta-feira, os servidores da saúde decidiram suspender o movimento grevista até o dia 22 de fevereiro. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado do Tocantins (Sintras), a decisão significa um voto de confiança ao governo do Estado a fim de garantir os direitos, como pagamento dos retroativos, adicional noturno e insalubridade, plantões extras, gratificações, inclusão e pagamento das progressões, além de discutir e regulamentar as condições de trabalho nas unidades de saúde estaduais.

Caso o governo não apresente nenhuma proposta de negociação com a categoria entre os dias 15 e 22 de fevereiro, o movimento grevista pode ser retomado.