O Parque Nacional do Araguaia registrou em menos de 24 horas 685 focos de calor. A região corresponde à Ilha do Bananal, local que abriga cinco tribos indígenas e a maior ilha fluvial do mundo. O dado foi apontado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta segunda-feira, 30 de julho.

No entanto, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do Ministério do Meio Ambiente, responsável pelo local, o número alto é explicado pela queima prescrita do programa Manejo Integrado do Fogo (MIF).

 O ICMBbio está com 21 brigadistas, divididos em três equipes com sete em cada, realizando queimadas controladas no parque, com o intuito de queimar todo o combustível orgânico que possa provocar incêndios durante o período de extrema seca, que ocorre na segunda quinzena de agosto e todo o mês de setembro.

Segundo Marcos Vinicius Porto Souza Leão, gestor do Parque Nacional do Araguaia, o parque está localizado em uma região extremamente úmida e encontra-se 90% alagado. Em consequência disso, a queima controlada ocorre das 10 às 15 horas. A operação conta com o apoio de um helicóptero do Previfogo do IBAMA e caminhonetes do ICMBio.

Leão disse que essas medidas estão sendo tomadas para que não ocorra como no ano passado. O local esteve com mais de 60% de sua área queimada, o equivalente a aproximadamente 333 mil hectares. A área foi devastada pelo fogo desde meados de agosto.

O gestor disse que preservar o parque é importante porque ele representa um paraíso/santuário ecológico, com uma biodiversidade riquíssima, onde residem indígenas que ainda não tiveram contato com a civilização, além disso, no local há também os animais endêmicos, que correm risco de extinção, além de uma flora que não é encontrada em outro lugar.

Prevenção

Leão acredita que o número atual de brigadistas seja suficiente para futuras queimadas no local, mesmo que provocadas, tendo em vista o trabalho preventivo realizado pelo instituto. No entanto, caso não seja, o ICMBio irá recorrer à outras instituições como o IBAMA, a Defesa Civil, e às prefeituras.

Naturatins

No dia 29 de junho, o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) suspendeu a emissão e a vigência de autorizações ambientais de queima controlada até o dia 30 de outubro de 2018, período que compreende à estiagem no Estado. Segundo o órgão a medida se fez necessária devido a ocorrência de ventanias, baixa umidade do ar e a massa vegetal seca em todo o Estado, podendo amentar os ricos de incêndios florestais.

 O documento não interfere no manejo do fogo Parque Nacional do Araguaia, administrando somente Unidades de Conservação Estaduais (UCs) como o Parque Estadual do Jalapão, Cantão, Lajeado, Monumento Natural das Árvores Fossilizadas e as respectivas Áreas de Proteção Ambiental (Apas).