A greve dos servidores do Quadro Geral, Saúde e Educação do Estado completa hoje 69 dias e, de acordo com os movimentos grevistas, só deve terminar quando o governo do Estado apresentar uma proposta que contemple a demanda. Enquanto isso, a população segue sendo prejudicada com a falta dos serviços.

Na Educação, os alunos que não estão tendo aulas reclamam da situação. “Mesmo não sendo um ensino tão bom, está ruim sem ter aula”, disse Gislene Junnya Rocha Paiva, que estava com os colegas Cleisla Alencar Pimentel, também de 16 anos, Raphael Ribeiro de Sousa, de 16 anos, e Lucas da Silva Reis, 18 anos, no Centro de Ensino Médio Tiradentes. Mesmo sem ter aulas, o grupo estava preparando projetos escolares.

De acordo com José Roque Santiago, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sintet), o movimento grevista continua até que o governo se manifeste. “Até que o governo realmente tenha o compromisso de assumir o papel de governante no Estado e se pronunciar. Ele sabe que a data-base e os direitos garantidos em lei são obrigação do Estado e, por essa razão, estamos decididos a continuar”.

Ainda de acordo com Santiago, a maior parte das escolas está paralisada totalmente, outras funcionando parcialmente, e outras que funcionam com servidores contratados. “Existe uma pressão psicológica colocada nos servidores que estão trabalhando”, contou.

Cleiton Pinheiro, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (Sisepe), entende que realmente existem consequências para a população, principalmente no interior do Estado, onde o número de contratados é menor que na Capital. “Temos uma série de setores que estão parados, como unidades do Detran, Procon, Secretaria da Fazenda que não está fazendo arrecadação de taxas, Adapec, que no interior está tendo um fluxo maior de adesão à greve e está, consequentemente travando a questão da agropecuária”, explicou, ressaltando que as pessoas estão saindo das cidades menores para tentarem atendimento na Capital.

Porém, Pinheiro acredita que a greve tem surtido efeito, mas o governo do Estado não tem dado atenção à demanda.

O governo chegou a apresentar uma proposta aos servidores, que foi recusada. “Apresentamos uma contraproposta no último dia 27 e não tivemos nenhuma resposta. Mandamos um ofício, inclusive, cobrando uma resposta do governo, e nada disso foi feito. Então, sem previsão para acabar a greve”, disse o presidente do Sisepe.

Entenda

Os servidores públicos Estaduais do Quadro Geral, Unitins, Adapec, Ruraltins, Naturatins, Itertins e administrativos da Secretaria da fazenda estão paralisados desde o dia 9 de agosto para cobrar do governo o pagamento dos retroativos da reposição geral anual (data-base) de 2015, e também a implantação do índice de 9,8307% referente à revisão geral anual (data-base) de 2016. Na última quinta-feira, o Sisepe reuniu os sindicalizados que votaram por unanimidade pela continuidade do movimento, bem como com ingresso de pedido de impeachment contra o governador do Estado, Marcelo Miranda (PMDB).

As secretarias estaduais da Administração (Secad) e da Comunicação (Secom) foram procuradas para comentar sobre como estão as negociações com o movimento grevista e se há alguma proposta para apresentar, mas até o fechamento desta edição não havia resposta das pastas.