Logo quando a reportagem chegou ao principal ponto da Avenida Tocantins, no setor Aureny I, se deparou com barracas espalhadas, lixo aglomerando em determinados cantos, movimentação intensa e feirantes inconformados. Ultimamente esta tem sido a visão dos consumidores que frequentam a Feira do Aureny I. O local, que passa por uma reforma há nove meses, tem trazido transtornos para a população e os comerciantes que dependem do local para sobreviver.

O feirante Lázaro Miranda, que há oito anos tem um ponto de verdura na feira, relata que é um sofrimento todos os domingos quando ele vai vender os produtos na barraca que fica embaixo de uma lona. “É um sofrimento bravo, porque não tem banheiro de jeito nenhum. Nem químico, nem nada. Já reclamamos ao poder público, a promessa é que vão arrumar, mas até agora não vimos essa reforma concluída. Quando chove isso aqui vira lama e no sol quente é o calor, porque algumas barracas acabam pegando sol e a mercadoria estraga”, desabafa.

O feirante Helion Batista dos Reis diz que há 10 anos mantém um ponto que vende café moído, de lá sai o sustento de sua família, porém, com o local improvisado, ele comenta que as vendas ficam mais difíceis. “A demora é muito ruim porque o lugar fica mal colocado. Os banheiros não estão funcionando. Aqui é tudo na improvisação, porque ficamos no sol e na chuva. A reforma será muito boa, mas está demorando pra finalizar”, frisa.

A feirante Leticia Alves Soares reclama que as alfaces e cheiro-verde que vede ficam murchos porque não são armazenados em um local adequado. “Os clientes muitas vezes não compram porque a mercadoria não está mais fresca e com isso o faturamento cai. Quando era no local coberto a gente vendia os produtos até na hora de sair, agora quando não vende parte dela é jogada fora”, diz.

Consumidores

Os consumidores também se incomodam com a falta de conforto na feira. A professora Leana Gomes acredita que a reforma está sendo um caos, porque a população tem que andar na chuva ou no sol para comprar os produtos. “Sem contar que as barracas não tem organização e ficaram distantes uma da outra. Acredito que essa situação ficou difícil tanto pra os comerciantes, quanto os consumidores”.

O pintor Idelvan Alves Pires relata que mudou há poucos dias para Palmas e quando precisou ir à feira, encontrou um lugar desorganizado e mal estruturado. “As barracas estão bem esparramadas e os segmentos misturados, o que acaba deixando a feira ruim para os frequentadores”, acrescenta.

A reforma da Feira Coberta do Aureny I está orçada em R$1.085.708,37. O montante é oriundo de recursos do Governo Federal, através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Prefeitura de Palmas.

A obra, conforme consta na placa, foi iniciada no dia 12 de abril do ano passado e estava prevista para ser entregue no dia 12 de outubro também de 2018.

Prefeitura

A Prefeitura de Palmas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), informou ao Jornal do Tocantins, que a reforma da Feira Coberta do Aureny I está em fase de conclusão. O órgão frisou que a obra é gerenciada pela Caixa Econômica Federal por aportar recursos federais do Ministério da Agricultura e Pecuária. 

Sobre a reclamação da falta de banheiros, a prefeitura disse que durante esse período de reforma, os feirantes e a comunidade contam com banheiros químicos instalados no local. Porém, neste último final de semana os banheiros foram retirados para limpeza e devem retornar ao local ainda nesta semana.