Em todo o Brasil, as farmácias têm passado por melhorias no atendimento devido às mudanças que ocorreram sobre o exercício das atividades farmacêuticas. Essas modificações foram feitas em 2014, a partir da aprovação do conceito de consultório farmacêutico, definido por meio de duas portarias do Conselho Federal de Farmácia (CFF). O novo espaço também é regulamentado pela Lei 13.021/2014.

Atualmente, o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) estima que já existam cerca de 1.500 consultórios farmacêuticos em todo o país. O Conselho Regional de Farmácia do Tocantins (CRF-TO) ainda não tem informações sobre o número desse tipo de consultório no Estado, entretanto, em Palmas, estima-se que existam pelo menos três consultórios, todos da mesma rede de farmácias.

Dulce Mari Martins Pinheiro é farmacêutica clínica e atua em uma farmácia em Palmas. Ela explicou que avalia os remédios que o paciente está tomando e sobre possíveis interações. “Nós orientamos sobre a melhor forma do paciente tomar a medicação, o ouvimos sobre sua evolução clínica, fazemos contato com o médico e, além disso, discutimos o tratamento e podemos até indicar medicamentos isentos de prescrição médica”, afirmou.

A profissional contou que o consultório farmacêutico está sendo resgatado, pois ele já existia antes. “Quando surgiram as primeiras farmácias, a população tinha intimidade com o farmacêutico. Resgatamos a nossa função que é ser um elo na qualidade de tratamento e melhorar a relação do paciente com o médico”, pontuou Dulce.

Ela comentou que muitas pessoas tem o costume de procurar as farmácias sempre que passam mal, já com o intuito de se automedicar, mas o farmacêutico sabe que esses casos não são convenientes.

Além disso, ela disse que o consultório farmacêutico permite que o paciente seja orientado. “Muitas pessoas vem a farmácia para saber quais as reações adversas os remédios que estão tomando. Muitos pacientes vêm nos perguntar quais médicos devem procurar, também os encaminhamos. Nós também organizamos horários dos medicamentos, explicamos como o medicamento funciona, para que a medicação não seja tomada errada”, concluiu a especialista.

Obrigações

A presidente do Conselho Regional de Farmácia do Tocantins (CRF-TO), Márcia Germana Lobo, orienta que para que a farmácia possa fazer esse atendimento é necessário que o estabelecimento tenha ter um espaço reservado para que o paciente se sinta a vontade. Ela orienta que é interessante que o farmacêutico tenha uma especialização na área farmácia clínica.

Márcia relembra que o farmacêutico não faz diagnóstico. “O farmacêutico trata transtornos leves, auto-diagnosticados”, alerta. A presidente ressaltou que o especialista também faz monitoramento de patologias que já foram diagnosticadas pelo médico. “O paciente hipertenso pode ir a farmácia, fazer uma consulta, medir a pressão, verificar se o medicamento que ele toma tem surtido efeito, quais reações ele têm e se está com dificuldade de adesão ao tratamento