A líder das famílias que ocupam as obras inacabadas, localizadas nas quadras 1.304 e 1.306 Sul, em Palmas, Eliane Marinho, informou ontem ao Jornal do Tocantins que os ocupantes não pretendem deixar os conjuntos habitacionais, apesar da determinação da Justiça. O prazo de 72 horas se encerra hoje.

Segundo a líder, as 510 famílias que ocupam as obras, não têm para onde ir. “Algumas já saíram, mas, à medida que uma sai, outra chega. Não temos onde morar”, justificou, acrescentando que foi notificada na noite da última quinta-feira.

Eliane disse ainda que existem moradores com câncer, além de crianças especiais e 26 grávidas. “A nossa situação é crítica. Caso a polícia apareça por aqui, iremos fazer uma grande movimentação em frente à prefeitura”, disse. Mas não informou a data para que isso aconteça.

A nova intimação judicial para que as famílias deixem os prédios foi dada pela juíza Flávia Afini Bovo, na última quinta-feira. Caso as mesmas não se retirem do local, está autorizado o uso de força policial. Os ocupantes estão nas obras desde o dia 7 de setembro de 2014.

Logística

Conforme consta no documento expedido, tanto o Ministério Público Estadual (MPE) quanto a Defensoria Pública Estadual (DPE) deverão acompanhar, após intimados, a desocupação. Ainda segundo o despacho, a prefeitura tem que providenciar um local para guardar os pertences das famílias, além de identificá-los individualmente.

Apesar da DPE ter proposto recurso contra a desocupação, o mesmo foi negado no dia 28 de novembro do ano passado e, por isso, as famílias deveriam ter deixado os conjuntos desde o dia 21 de novembro de 2014, data em que foi expedida a decisão pela Justiça.

As obras estão paralisadas desde 2007. A estrutura do prédio ainda se encontra em fase de reboco. A prefeitura, autora da ação, alega que a saída das famílias se faz necessária, pois as obras devem ser finalizadas após a desocupação.

O JTo tentou contato com a Polícia Militar (PM), através da assessoria de comunicação, para saber se a corporação já foi notificada pela Justiça acerca da desocupação, mas não obteve êxito até o fechamento desta edição.

entenda

As 510 famílias estão nos conjuntos habitacionais desde o dia 7 de setembro do ano passado. Apesar da decisão da Justiça de desocupação, em 72 horas, a líder do movimento diz que elas irão permanecer no local.