Após anos de reclamações de moradores do bairro Bertaville, região Sul de Palmas, sobre o mau cheiro emanado da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Aureny, o problema tem agora data para ser resolvido. Segundo a BRK Ambiental, concessionária de água e esgoto na Capital, a estação será desativada e uma nova será construída no mesmo local. Todo o processo deve ser concluído em 2021. A ETE está localizada às margens do Ribeirão Taquarussu.

De acordo com o gerente operacional da BRK Ambiental em Palmas, Rodrigo Lacerda, a ETE Aureny foi construída em 1992 para atender a região Sul, no início da construção da cidade. A ideia era que as estações de tratamento de esgoto fossem construídas em locais mais afastados, para reduzir o desconforto causado pelos odor. Com a expansão dos bairros, o mau cheiro passou a ser um problema para os moradores. Mesmo assim, a ETE funciona de acordo com as normas vigentes.

“Com a chegada da população ao entorno, eles nos procuraram e relataram do desconforto que o odor estava causando. Mas já foram realizadas diversas melhorias, entre elas, a instalação de um sistema de coleta de tratamento de gases, biofiltro, que capta o gás e passa por um sistema de infiltração tirando o mau cheiro, cortina vegetal em torno da estação, com o objetivo de fazer uma barreira natural e outras diversas ações que estão ocorrendo continuamente outros”, elenca.

Desativação

A empresa reconhece que a solução para o problema do mau cheiro virá a partir da desativação da atual estação e construção de uma nova unidade. O projeto para implementar a mudança já está em curso, com implementos que devem ser implantados nos próximos meses. “Este trabalho prosseguirá até 2021 quando a mudança será finalizada”, enfatiza Lacerda.

O diretor completa que a nova estação terá uma tecnologia mais moderna, que será capaz de abstrair o incômodo do mau cheiro à população. Segundo ele, o projeto já iniciou neste ano e será concluído em 2021. “Ao longo dos meses, a população já vai perceber a mudança na estação e odor”, diz. Conforme ele, o investimento da obra é de R$ 60 milhões e vai desde implantação e conclusão da estação. “Esse é o período natural de conclusão da obra pelo volume do investimento”, menciona.

Outras estações

Na Capital existem quatro estações de tratamento, três na região Sul e uma no Plano Diretor. Lacerda afirma que existem projetos de melhorias nas outras ETEs, somente a do Aureny irá passar pela substituição integral.

Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) são unidades passíveis de gerarem odores desagradáveis. Entretanto, de acordo com especialistas, a adoção de certos procedimentos operacionais ajuda a minimizar este risco. Os compostos químicos responsáveis pela geração de odores são resultantes de atividades bacterianas do processo, destacando entre eles: gás sulfídrico (H2S), amônia, aminas, mercaptans, ácidos orgânicos, aldeídos, cetonas e ésteres.

Ainda segundo especialistas, em uma ETE os problemas de odores tendem a se concentrar nas unidades de entrada, tratamentos preliminar, primário e biológico.

Moradores

Devido ao mau cheiro, a Estação de Tratamento de Esgoto do Aureny já foi alvo, em 2016, de denúncia na Fundação Municipal de Meio Ambiente. Na época, o órgão enviou uma equipe para identificar as causas do possível problema e notificou a empresa BRK Ambiental para que apresentasse o relatório comprovando a implantação das medidas referentes ao odor oriundo do tratamento de efluentes sanitários, com prazo de quatro dias úteis. Porém, dentro do previsto, a resposta foi enviada, comprovando o cumprimento das medidas para a instalação e funcionamento da ETE.

Os moradores dessa região também já realizaram protestos usando máscaras brancas e pararam o trânsito por cerca de uma hora, na Avenida Theotônio Segurado, com faixas que pediam uma solução para o mau cheiro que sai desta estação de tratamento de esgoto.

A dona de casa Maria de Fátima Nogueira, 55 anos, que mora desde 2015 no setor Bertaville, afirma que em determinados dias o mau cheiro é tão forte que ela chega a passar mal com dores de cabeça. “Eu tenho enxaqueca e qualquer odor forte já me faz ficar enjoada, então esse mau cheiro que vem da estação já virou uma questão de saúde no bairro. Já brigamos inúmeras vezes com o poder público e agora o que nós moradores esperamos é que um dia essa situação se resolva porque nós já sofremos muitos tempo com isso”, desabafa a dona de casa.