Dermival Pereira
Mesmo antes de uma decisão definitiva da Justiça Brasileira sobre o homeschooling, prática chamada no País de educação domiciliar, o casal Ivan Xavier Araújo de Lima e Danielly Silva Oliveira Lima, que residem em Palmas, decidiu educar em casa, os filhos Ian Miguel Oliveira Lima e Dante Emanoel Oliveira Lima, de 4 e 6 anos, respectivamente.
De acordo com dados da Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), em 2018, o número de famílias que adotou a nova prática de ensino no Brasil chegou a 7,5 mil. O Conselho Nacional da Educação (CNE) é contra a prática.
Método
Questionados se costumam ministrar aulas de disciplinas como matemática e português para os filhos a mãe explica que não. “Quando eles pedem a gente vai dando o conhecimento. O cérebro da criança é como um computador, está sempre aberto pedindo mais informações, então nós retiramos do cotidiano deles o que normalmente outras crianças têm, informações como televisão, desenho e filmes”, diz, acrescentando que “com isso, o cérebro deles ficam mais suscetível a pedir as informações necessárias e a partir dessa demanda, nós vamos fornecendo as informação integrada”, explica a mãe.
Dinâmica
Ela também fala sobre a metodologia de ensino usada em casa. “Enquanto estamos fazendo uma receita de bolo, por exemplo, eles aprendem a somar, dividir, quando vamos ao mercado eles vão lendo os rótulos dos produtos. O Dante já sabe ler e escrever, o Ian ainda está buscando esse conhecimento, tudo de maneira natural”, relata.
O casal conta que ainda não decidiu se irão colocar os filhos em uma escola normal. “Não temos nada contra. Se acharmos que eles precisam de um auxílio externo, nós vamos buscar, a questão é preferência, lembra o pai, ressaltando que se deferida a ação no STF, o que muda é apenas a regularização da modalidade de ensino”.
Quem também aprova a modalidade de ensino é a servidora pública Marcia Regina dos Santos, mãe da adolescente Giovanna Maria Santos Costa Lacerda, de 16 anos. Ela não aderiu ao ensino domiciliar, mas vê vários benefícios. “Sou a favor, pois a educação não precisa ser em uma escola, um prédio, mas a legislação diz que tem que está matriculada, mas no meu entendimento, poderia ser a distância também”, opina. Segundo Márcia, para os pais que precisam de escola como um apoio para deixar seus filhos para trabalhar ou mesmo forma de se alimentar não seria benéfico, mas para aqueles que acham que o ensino não é de qualidade ou que as crianças vão ser influenciadas pelo meio é um grande benefício.
Ação
A ação tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2015 e chegou a entrar na pauta de julgamento no último dia 30, mas foi retirada e pode voltar ao Pleno a qualquer momento.
Se deferido pela Côrte Superior, os pais que optarem por esse novo modelo de ensino no Brasil, não precisarão levar as crianças para a escola e elas poderão ser educadas em casa.
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