Por conta do período de estiagem de mais de 130 dias sem chuva na região Sudeste do Tocantins, a prefeitura de Dianópolis decretou situação de emergência na zona rural do município na manhã desta quarta-feira, 4, por meio do Decreto n 342/2017. A emergência foi decretada para um período de 60 dias apenas para a zona rural.

Na manhã de ontem, algumas autoridades locais visitaram a zona rural das propriedades, ouvindo os moradores sobre a situação, conforme informou o executivo municipal. No Assentamento Vitória III, famílias que já perderam animais de seus rebanhos, tentam recuperar outros que já caíram e não conseguem mais levantar sozinhos por falta de pastagem e água. 

A mesma situação acontece com os moradores da região do Varjão, onde em uma única propriedade, o morador calcula prejuízo com três cabeças de gado. "Morreu por falta d'água. E cada ano que passa estamos vendo a situação se agravar. A chuva sumiu e temos consciência que muito disso é culpa da ganância do próprio homem", afirmou o produtor Adalton Rodrigues da Silva. 

No documento, a prefeitura esclareceu que a necessidade de decretar emergência se dá por causa dos prejuízos que estão sendo causados aos produtores, principalmente com a morte de animais devido à falta d’água e falta de pastagens devido às queimadas registradas na região.

“Mesmo tendo antecipado o abastecimento com caminhões pipas na região, colocando os veículos para transportar água para as comunidades entre início de maio e junho deste ano, em parceria com a Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), o município tem enfreando dificuldades para conseguir atender as demandas no sertão”, informou a Prefeitura.

De acordo com o meteorologista do Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (NEMET) da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), José Luiz Carlos Cabral, a última chuva registrada em Dianópolis foi em 19 de maio deste ano.

Ainda segundo o meteorologista, a situação é preocupante, pois o período chuvoso deve atrasar. “Estas chuvas que estão caindo no Tocantins, de forma isolada, ainda não podem ser consideradas como início do período chuvoso, este período geralmente chega durante a segunda quinzena de outubro, porém as chuvas regulares podem atrasar esse ano”, avaliou.

“A situação é critica, os moradores estão sofrendo pra ter água para consumo próprio, imagina para os animais. A nossa decisão em decretar situação de emergência vem de encontro atender as necessidades básicas desse povo que está sofrendo dia após dia sem água”, frisou o prefeito, Pe. Gleibson Moreira.