o médico estava sem tomar seus medicamentos; defesa conseguiu acesso às finanças do suspeito para adquirir os remédios

A defesa do médico Álvaro Ferreira Silva entrou na Justiça, na última segunda-feira, com um pedido de revogação da prisão temporária do suspeito, que está detido na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Palmas desde a última sexta-feira. Segundo o delegado Pedro Ivo Costa Miranda, coordenador do inquérito, o depoimento do suspeito ainda não foi marcado, mas está previsto para acontecer ainda nesta semana. A defesa do médico alega que ainda está sem acesso ao inquérito policial, o que dificulta o trabalho.

Conforme Miranda, o inquérito tem prazo para ser finalizado e remetido ao Ministério Público do Estado (MPE) até 10 de fevereiro, quando vencem os 30 dias da prisão temporária do médico. Alvaro Silva é é o principal suspeito de ter matado sua ex-esposa, a professora Danielle Christina Lustosa Grohs. Ele foi preso em Anápolis (GO) e recambiado para Palmas. Ele estava fora da Capital desde que o corpo da professora foi encontrado.

O laudo da perícia criminal apontou que a causa da morte da professora Danielle Christina foi asfixia causada por estrangulamento, descartando a hipótese de que a professora tivesse cometido um suicídio, versão levantada pela defesa do médico. A defesa de Silva não quis comentar o assunto por ainda estar sem acesso ao inquérito policial.

A defesa de Silva o considera inocente e disse ao Jornal do Tocantins que existem muitos documentos e evidências que vão comprovar que ele sequer estava em Palmas quando o crime aconteceu, na madrugada do dia 18 de dezembro passado. O delegado Miranda confirmou que o médico viajou para Salvador (BA) no dia do crime. Mesmo assim, o mantém como principal suspeito, não descartando a possibilidade de mais envolvidos no crime

Um dos advogados do médico, Adelmário Alves dos Santos Jorge, disse que Silva possui diversas doenças como diabetes, hipertensão, esclerose múltipla e alguns transtornos mentais, como depressão. Entretanto, o médico estava até ontem sem todos os medicamentos.

O advogado alegou que Silva não estava sendo medicado corretamente dentro da CPP e que de cartões de crédito do suspeito ficaram com a direção da unidade prisional quando ele foi detido. Silva autorizou que seus cartões fossem entregues para a sua defesa que comprou uma lista de remédios à pedido do médico. Agora ele está sendo medicado regularmente.

Em nota, a Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju), gestora do Sistema Penitenciário, informou que Silva está tendo assistência do médico da CPP de acordo com sua necessidade.

Caso

A professora Danielle foi encontrada morta no dia 18 de dezembro, dois dias depois de denunciar Silva, seu ex-marido, havia invadido sua casa e tentado esganá-la.