Cenário de provas de alto nível de diversas modalidades do esporte, o Lago de Palmas tem se tornado alvo de reclamações de atletas, treinadores e federações no que diz respeito à falta de infraestrutura e higiene nas proximidades da Praia da Graciosa. O local é usado diariamente para treinamento de atletas profissionais e amadores, porém, a falta de delimitação de espaço para as atividades e o mau cheiro da água, tem provocado insatisfação da classe.

Sem delimitação de uma área exclusiva para as atividades esportivas, por parte da Prefeitura de Palmas, atletas e embarcações acabam por dividir o mesmo espaço, o que gera riscos a integridade física dos atletas. A falta de uma fiscalização mais efetiva por parte da Marinha no local também é alvo de reclamação dos esportistas.

Sergio Henrique Moraes Lopes, presidente da Federação Tocantinense de Triathlon, afirma que essa situação preocupa muito os atletas. “Nos preocupa o fato de termos um lago maravilhoso na porta, mas que ainda não tem essa delimitação. Hoje temos algumas boias aqui na Graciosa, mas elas foram colocadas por atletas de algumas assessorias já prevendo o risco de alguns acidentes, até porque nadar em água aberta, o atleta fica quase invisível”, explica.

Fiscalização mais efetiva, segundo ele, só quando ocorrem as provas de maratonas aquáticas ou de triathlon. “Fazemos uma parceria com a Marinha e aí temos Bombeiros e Marinha e todo um suporte. Mas quando os atletas vêm treinar, os riscos de acontecer um acidente é muito grande. Temos também a questão de higiene, pois não sabemos como é feito o descarte do lixo dos barcos, hoje a água tem um mau cheiro muito grande, o que queremos é uma resposta dos órgãos de controle sobre isso, para que todos possam usar o lago com segurança, já encaminhamos ofício para a prefeitura, promotoria ambiental, Naturatins e Ibama, mas até agora não obtivemos resposta”, reclama.

Quem também reclama da situação é o presidente da Federação Aquática de Natação, Luís Roberto Soares. Segundo ele, falta apoio da prefeitura no quesito infraestrutura. “Os atletas são expostos a riscos, já que o espaço de treino também é usado por embarcações, devido o aumento do fluxo. Também tem o problema da poluição da água”, relata o presidente.

O treinador de triathlon Rafael Araújo Santos, também lamenta a situação do lago. “Já tomamos alguns sustos lá, pois mesmo tendo algumas boias lá, as embarcações passam no local, e isso representa um risco para os atletas sim”, afirma.

Atletas

Atleta amador de triathlon há 14 anos, o engenheiro Civil, Danilo Neto Curado também fala das condições do lago e dos riscos para os atletas. Ele relata que no que se refere a parte da água, a dificuldade e os riscos nos treinamentos é a competição com as embarcações. “Acho que a própria Marinha juntamente com a prefeitura poderiam colocar uma boias para isolar a área usada para os treinamentos, para evitar os riscos de acidentes. Essa delimitação do espaço com boias permanentes seria ideal, além de intensificar as rondas de fiscalização”, pontua o atleta.

A atleta Vitória Eugênia Castro Costa Póvoa, que pratica natação em águas abertas, é outra que reclama das más condições do lago para o uso de atividades esportivas. “Acho que o Estado não valoriza o esporte e muito menos os poucos atletas que tem. Temos que fazer por nós, caso contrário, não temos nada. O lago tem um cheiro muito ruim, tem muita sujeira, isso dificulta muito”, reclama.

Vitória relata também que há muitos riscos no local. Pois nos finais de semana, a passagem de embarcações no espaço é muito grande.