O técnico de Defesa Social Robson Dante Gonzaga Santana, da Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), se apresentou na madrugada de hoje, 15, espontaneamente no 3º Distrito Policial (DP) de Palmas e, de lá, encaminhado ao 1º DP (Central de Flagrante), onde foi registrado o Boletim de Ocorrência (B.O.) sobre o assassinato a tiros de Sione Pereira de Oliveira e seu cunhado, Weliton Pereira Barbosa, ocorrido por volta das 2h40 desta sexta-feira, em Palmas. A mulher é mãe da menina Laura Vitória Rocha, desaparecida em Palmas desde janeiro de 2016.

Segundo o B.O. registrado pela Polícia Civil, com base no relato do autor dos disparos, ele sofreu agressões físicas e fez uso de uma pistola 380 para se defender, tendo em vista o mesmo ter se envolvido em uma confusão na Distribuidora Rios, no Aureny III, que ao se sentir ameaçado, teria sacado sua arma para se defender.  Ainda de acordo com o relato, a arma caiu no chão e nesse momento algumas pessoas que estavam no local tentaram furtar a arma, o que originou uma grande confusão. O técnico de Defesa Social recuperou a arma e efetuou os disparos, acertando as vítimas fatais e um terceiro, identificado como Cleison da Silva Rodrigues, que estaria em companhia das demais vítimas. Ele teve ferimentos leves.

Segundo o diretor de Policia da Capital, Raimundo Claudio Batista, que está respondendo interinamente pela Delegacia de Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), em razão do afastamento por motivos de saúde do delegado João Sérgio Vasconcelos Kenupp, a apuração dos fatos está em curso e testemunhas serão ouvidas para esclarecimento do ocorrido. Questionado se o caso pode ter alguma relação com o sumiço de Laura, Batista informou que inicialmente não vê nenhuma relação, mas caso surja algum fato, este será devidamente investigado.

Sobre a arma utilizada no crime, Batista informou que a mesma foi apreendida quando o autor se apresentou à delegacia. 

Seciju

Por meio de nota, a Seciju informou que o servidor foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de exame de corpo de delito e, posteriormente, liberado. “O servidor explicou que agiu em legítima defesa, após ter sido surpreendido com uma paulada na nuca em um estabelecimento comercial, por voltas das 2 horas da madrugada desta sexta-feira, 15, enquanto pagava uma conta. Ao cair no chão, ele teria sacado sua arma particular e reagido, disparando contra os três agressores. Ele tem autorização para porte de arma, conforme legislação federal para agentes penitenciários”, diz trecho da nota.

Ainda de acordo com a Seciju, o servidor comunicou ao delegado plantonista que há algum tempo vinha recebendo ameaças e que, por conta disso, chegou a registrar B.O. “Segundo ele, tais ameaças poderiam estar relacionadas ao fato dele ter se recusado a aceitar propina para colocar objetos ilícitos dentro da unidade prisional onde atuava.  Diante disso, por questões de segurança, a Seciju irá remanejar, ainda hoje, o servidor de suas funções na unidade prisional para uma área administrativa. Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) será aberto para apuração dos fatos”, finaliza  anota.

A Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Tocantins emitiu nota ratificando que a arma utilizada pelo servidor possui registro e que o mesmo tem porte de arma de fogo e que continuará acompanhando a investigação na delegacia e na Corregedoria responsável. A Polícia Federal confirmou que o porte de arma do agente é legal.