Técnicos do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), com apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA) estão acompanhando a desova de tartarugas no rio Araguaia.  No parque do Cantão, a equipe formada por biólogos, guardas-parque, voluntários e fiscais vêm realizando a primeira fase do monitoramento do ciclo reprodutivo das tartarugas, que consiste na desova e marcação dos  ninhos desses animais.

Segundo a  inspetora de Recursos Naturais do Naturatins, Aline Vilarinho a equipe tem percorrido as praias da região registrando rastros e marcando os ninhos. Em conjunto com a fiscalização, tem abordado ribeirinhos e embarcações, orientado-os a evitar passeios noturnos ou utilizar as praias onde as desovas são mais comuns.

Ela destaca que o uso e consumo de quelônios amazônicos, bem como seus ovos, ainda é comum na região do Cantão, com intensa comercial. “As espécies mais utilizadas são o tracajá (Podocnemis unifilis) e a tartaruga da Amazônia (Podocnemis expansa)”, pontuou.

Foi justamente o uso indiscriminado das espécies que gerou uma preocupação nas autoridades e fez nascer o Projeto Quelônios da Amazônia, que busca  identificar e proteger áreas de reprodução das tartarugas.

A equipe do Naturatins também tem capturado os animais  para realização de biometria e a segunda fase do projeto, consiste em monitorar a eclosão dos filhotes.

Projeto

Apesar de ter sido criado em 1995, o Projeto Quelônios do Tocantins foi retomado no ano passado, com ações do Naturatins e Ibama , em áreas importantes de reprodução das espécies, no entorno de unidades de conservação

Aqui, os principais pontos de desova de tartaruga da Amazônia são o Rio Araguaia e o Rio Javaés (seu afluente). Em 2017, foram identificadas 11 praias de desova expressiva no Rio Araguaia sendo marcados  332 ninhos em trecho de 17 km do rio.