Um torcedor do Botafogo foi preso em flagrante pela Polícia Militar no Engenhão, por ofensas racistas na noite da última quarta-feira (16). Ele foi acusado de injúria racial por familiares do jogador Vinícius Júnior, do Flamengo, que assistiam o clássico pelas semifinais da Copa do Brasil, que terminou em empate por 0 a 0. O homem foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) localizado dentro do estádio, que ainda não divulgou o nome dele ou detalhes sobre o caso. Ele recebeu liberdade provisória na tarde desta quinta-feira (17)

Imagens de emissoras de TV registraram o momento em que o botafoguense, que estava no setor leste inferior do estádio, grita ofensas e faz gestos com referências racistas apontando para um casal de tios do atacante flamenguista, que estava em uma arquibancada superior.

No Twitter, a direção do Flamengo lamentou o caso em publicação de apoio ao jogador e reforçou o repúdio ao ato de racismo. O nome do atacante ficou entre os termos mais comentados na rede social após a partida. "Somos de todos tons de pele, todos os credos, somos todos, menos alguns! Somos rubro-negros! Uma Nação! Racismo, aqui, não!", escreveu o clube.

CONFUSÕES

Também houve registro de tumultos entre torcedores antes e depois da partida. Horas antes do duelo, o ônibus que levava a delegação do Flamengo ao estádio foi recebido com pedradas por alguns botafoguenses, segundo relato do diretor-executivo do clube, Rodrigo Caetano. Imagens veiculadas por alguns órgãos de imprensa mostraram a lateral do veículo amassada.

A entrada da torcida flamenguista no Engenhão também foi bastante tumultuada. Boa parte dos quase quatro mil torcedores que compraram ingresso para assistir ao clássico na casa do rival chegaram ao palco do jogo em cima da hora, o que gerou longas filas no portão de entrada. Após um grupo tentar invadir o estádio, a PM utilizou balas de borracha e spray de pimenta para controlar a situação.

Após o jogo, foi registrada uma briga entre botafoguenses de torcidas organizadas diferentes. Os policiais usaram novamente bombas de efeito moral e até balas de borracha para encerrar o tumulto. Houve feridos sem gravidade e alguns foram presos pela PM e também encaminhados ao Jecrim.